Lilith e Medeia: mulheres-pesadelo da sociedade patriarcal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Aline Layane Souto da
Orientador(a): Silva, Regina Simon da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/41545
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo comparar as obras Medeia, de Eurípides (2010), “O Alfabeto de Ben Sira”, versão disponibilizada por Eisenstein (2008), e Luz del Fuego: a bailarina do povo, de Cristina Agostinho (1994), elucidando o arquétipo de mulher-pesadelo da sociedade patriarcal na literatura. Esse arquétipo de mulherpesadelo carrega uma série de características, podendo ser ela cruel, lasciva, infanticida e até mesmo divina. Posto isso, pode-se analisar as narrativas mitológicas identificando os perfis da mulher transgressora do patriarcado, que se contrasta e se reafirma no corpo e na vida da personagem histórica Dora Vivacqua na pele de Luz del Fuego. Disposta em cinco capítulos, esta Dissertação conta com perspectivas comparatistas baseando-se nas discussões teóricas de Gerda Lerner (2019), Monique Wittig (2006), Rosie Marie Muraro (1997), Pierre Bourdieu (2012) e Jean Delumeau (2001) para analisar a história do sistema patriarcal, seus mecanismos, ferramentas e discursos. No tocante à teoria sobre as mitologias, se recorrerá a Joseph Campbell e Bill Moyers (1990), Martha Robles (2006), Robert Graves e Raphael Patai (2018), entre outros. Por meio das teorias costuradas às narrativas literárias, percebe-se que a literatura fala da sociedade em que toma forma, podendo ser tanto descritiva como prescritiva. Assim, entende-se que mulheres mitológicas, como Medeia e Lilith, e históricas, como Luz del Fuego, caminham nas duas vias, pois a literatura as descreve porque existiram – ainda que seja em forma de mito –, e as prescreve para que não voltem a existir, devido ao antagonismo que provocam, oscilando entre o fascínio e o pavor.