Análise de tendências e seus pontos de mudança na precipitação do estado do Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Azevedo, Lucas Cunha de
Orientador(a): Maia, Adelena Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27786
Resumo: Nos últimos anos, evidências cada vez mais contundentes da ocorrência de possíveis mudanças climáticas têm sido apresentadas, e seus efeitos na dinâmica climática terrestre têm sido constante objeto de estudo. Prevê-se que tais mudanças terão um impacto considerável na engenharia de recursos hídricos, especialmente no que se refere à distribuição, frequência e intensidade dos eventos de precipitação. Desta maneira, esta pesquisa teve como objetivo investigar a existência de tendências e pontos de mudança em dados de séries históricas de 48 estações pluviométricas, durante o período de 1963 a 2010. As estações situam-se no estado do Rio Grande do Norte - inserido, em sua maioria, na região do clima semiárido, particularmente suscetível a crises hídricas. Utilizou-se uma série de 13 índices relativos a valores totais e extremos de precipitação, e foram empregados três diferentes métodos estatísticos nãoparamétricos para a detecção e caracterização de tais mudanças: o teste de Mann-Kendall para detecção de tendências (com modificações para séries com autocorrelação), o método de TheilSen para estimativa da declividade da tendência, e o teste de Pettitt para detecção de pontos de mudança na distribuição. Os resultados mostraram que, embora as variações na precipitação total anual não sejam significativas em sua maioria, diversas tendências foram identificadas em relação a outros índices: períodos de estiagem tornaram-se mais longos, eventos de chuva passaram a ocorrer ao longo de menos dias, e, principalmente na porção leste do estado, índices relativos à frequência e intensidade de eventos de precipitação intensa apresentaram tendências positivas em diversas estações. Além disso, quando analisada em nível sazonal, a precipitação passou a apresentar tendências negativas significativas em diversas estações, tanto em épocas secas quanto épocas úmidas. A aplicação do teste de Pettitt, por sua vez, evidenciou que a maioria das mudanças pontuais significativas encontradas são positivas, principalmente para índices relacionados a eventos extremos e à duração dos períodos de estiagem, e deram-se entre os anos de 1990 e 1995. Embora algumas das mudanças observadas possam ser parcialmente explicadas por fenômenos climáticos específicos atuantes na região, sua persistência e significância indicam que, se continuarem, poderão apresentar desafios notórios à gestão de recursos hídricos e à previsão de riscos no estado.