Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Othon, Renata Alves de Albuquerque |
Orientador(a): |
Coelho, Maria das Graças Galvão Pinto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA MÍDIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30428
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Resumo: |
A mídia tem sido apontada, principalmente desde o consumo de televisão, como a protagonista no processo de desaparecimento da infância. Em continuidade, as tecnologias de informação e comunicação e o acesso ubíquo a conteúdos publicizados em rede potencializaram os embates no campo discursivo da infância moderna para a contemporânea. Vistas ora como sujeitos vulneráveis e frágeis, que estão perdendo sua essência em face dessa nova categoria de consumo, ora como indivíduos empoderados, as crianças são constantemente colocadas em narrativas que debatem o que é apropriado para elas, e o que não condiz com sua condição. Em face dessa conjuntura, esta tese relaciona os processos comunicacionais das crianças nas redes sociais on-line à emergência da infância na contemporaneidade. Questiona-se que estruturas, sentidos e práticas relativos ao consumo de sites de redes sociais limitam a forma com que as crianças podem agir, e possibilitam as suas práticas na construção social da infância. Com base nesta problemática, defende-se que infância contemporânea é constituída por um processo de reconfiguração mediado pelas lógicas de consumo material e simbólico, iniciadas na globalização cultural do século XX, e pelas mediações comunicativas da cultura, nas figuras da tecnicidade e da midiatização. Ambas povoam os processos de socialização das crianças e organizam práticas e sentidos que definem identidades, culturas de pares, culturas globalizadas e formas desiguais de vivenciar a infância, amparadas por contextos socioeconômicos e políticos. Além disso, aponta-se outros circuitos de ação e mediação que dão continuidade às definições modernas de infância e/ou também são determinantes para o seu entendimento na contemporaneidade. Dentre eles, a ludicidade; a cultura de pares; a cultura visual; as relações intergeracionais; as dinâmicas de vigilância; e os parâmetros de sociabilidade do ponto de vista do capital social, econômico e cultural (BOURDIEU, 1980, 1986; RECUERO, 2009). O aporte teórico-metodológico é fundamentado na Teoria da Estruturação (GIDDENS, 2003), nos Estudos da Infância (BUCKINGHAM, 2007; CORSARO, 2011; PROUT; JAMES, 1997; SARMENTO, 2008, 2013; SARMENTO; PINTO, 1997; QVORTRUP, 2010) e na Teoria das Mediações (MARTÍN-BARBERO, 2002, 2009a, 2009b, 2014). Os resultados são verificados após a aplicação da Análise de Conteúdo Temática (BARDIN, 2011) à transcrição dos diálogos de seis grupos focais (N=28) realizados em duas escolas da cidade de Natal, entre crianças de 10 a 12 anos, estudantes do sistema público e privado de ensino. A etapa qualitativa é complementada pela interpretação de dados quantitativos produzidos e disponibilizados pelo Cetic.br a respeito do panorama de consumo de tecnologias de informação e comunicação no Brasil. Propõe-se, com base nas experiências das crianças participantes, o conceito de infância nostálgica para demarcar a existência de continuidades e descontinuidades relativas ao ideal moderno de infância. Tal conceito é apresentado como uma noção operatória em vias de exploração e como um processo em andamento, o qual deve ser entendido e problematizado em consonância com as transformações, emergências e tensões de um tempo contínuo. |