Parasitoses como bioindicadores de qualidade socioambiental e seu impacto na saúde e desenvolvimento de crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moura, Ana Beatriz Gomes
Orientador(a): Andrade Neto, Valter Ferreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31725
Resumo: As parasitoses associadas a fatores, tais como, desnutrição e anemia podem determinar importantes impactos sobre o crescimento e o desenvolvimento de crianças, com efeitos que podem repercutir sobre toda a vida da pessoa. O objetivo deste trabalho foi estudar a prevalência das infecções por parasitos transmitidos por água e alimentos, associando-as aos fatores de risco e ao impacto sobre a saúde e desenvolvimento de crianças. O estudo incluiu crianças com idade variando de 11 meses a 12 anos e seis meses. Foram coletadas amostras biológicas (sangue e fezes) de 96 crianças, de três escolas situadas na zona oeste de Natal; foi realizada a avaliação nutricional pelos parâmetros peso para idade, altura para idade e altura para peso, de acordo com o padrão antropométrico do National Center for Health Statistic; e aplicado um questionário epidemiológico aos seus responsáveis. As amostras fecais foram analisadas através da técnica de sedimentação espontânea, técnica de Willis modificada e técnica de coloração de Ziehl-Neelsen modificado, para investigação de parasitos intestinais. As amostras de sangue foram utilizadas para a realização da técnica de hematócrito e obtenção do soro para realização do teste imunoenzimático (ELISA) visando a verificação de anticorpos anti-Toxoplasma gondii. Os dados foram analisados pelo teste qui quadrado, admitindo-se como nível de significância 0,05. Das 88 amostras de fezes analisadas, oito espécies de enteroparasitos foram identificadas, com uma prevalência geral de 52,2% (n=46). Os parasitos intestinais unicelulares mais frequentes foram: Blastocystis hominis (28,4%), Giardia lamblia (13,6%) e Entamoeba histolytica/E. dispar (12,5%). Duas espécies de helmintos foram diagnosticadas: Ascaris lumbricoides e Enterobius vermicularis, ambas com frequência de 3,4%. O parasitismo intestinal apresentou associação inversa significativa com a renda familiar (p=0,000). Condição de baixo peso para idade e obesidade ocorreu em 14,3% e 16,3% dos casos, respectivamente. A sororreatividade para T. gondii, foi de 11,5% (n=11), e o teste de avidez para os anticorpos anti-T. gondii indicou que todos os casos estavam na fase crônica da infecção. Das 96 amostras de sangue analisadas pela técnica do micro hematócrito, 44,8% (n=43) apresentaram anemia. As infecções por enteroprotozoários e T. gondii indicam que essas crianças vivem em ambientes insalubres. Para além disso, a anemia foi um achado relevante nesse estudo e deve ser determinada nessas crianças por outros fatores além do parasitismo.