Redução cariotípica em espécies da família apogonidae (kurtiformes): rearranjos envolvidos e associação com aspectos biológicos do grupo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Ericka Wannescka dos
Orientador(a): Molina, Wagner Franco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45858
Resumo: A família Apogonidae (Kurtiformes), conhecida como cardeais, representa um grupo muito diverso de peixes recifais, presente em todos os oceanos. Algumas de suas espécies exibem o raro comportamento de incubação bucal dos ovos, o que pode influenciar no potencial de dispersão das espécies. Este grupo possui cariótipos com valores diploides reduzidos (2n=34-46), entretanto, dados citogenéticos para a família ainda são escassos. Nesse sentido, a ampliação dos dados cromossômicos para a família, envolvendo representantes de diferentes oceanos, representa um modelo evolutivo relevante de evolução cariotípica. Com vista a compreender a evolução cromossômica da família, aqui são apresentados dados citogenéticos que expandem o espectro filogenético, e permitem analisá-los quanto ao potencial dispersivo das espécies e da organização das sequências repetitivas nos cromossomos. Para isso, foram empregadas técnicas citogenéticas convencionais (coloração Giemsa, AgRONs e bandamento C); mapeamento de sequências de seis classes de DNA repetitivo (DNAr 18S, DNAr 5S; retrotransposon Rex3; Microssatélites (CA)15 e (CGG)10 e sequência telomérica) utilizando-se a técnica de FISH, nas espécies Apogon americanus, Phaeoptyx pigmentaria (Oceano Atlântico), Sphaeramia nematoptera e Pterapogon kauderni (Indo-Pacífico). Os números diploides se mostraram reduzidos (2n=36, A. americanus; 2n=38, P. pigmentaria; e 2n=46, S. nematoptera e P. kauderni), sobretudo nas espécies do Atlântico. As regiões heterocromáticas são reduzidas e as regiões Ag-RONs/DNAr 18S são simples. Os sítios DNAr 18S e 5S se mostram não sintênicos nas espécies do Pacífico e colocalizados em um mesmo par cromossômico nas espécies do Atlântico. As duas sequências microssatélites, bem como Rex3, estão dispersas nos cromossomos. As sequências teloméricas exibiram sítios teloméricos intersticiais (ITS) em A. americanus e P. pigmentaria, indicando uma redução cariotípica mediada pelo mecanismo de fusão in tandem com participação ativa de inversões pericêntricas. A diversidade cariotípica da família contrasta com o conservadorismo numérico de outros grupos de peixes recifais, sugerindo uma possível relação com fatores biológicos (incubação bucal de ovos), que reduzem o potencial dispersivo e favorecem a diferenciação cariotípica do grupo. As particularidades cariotípicas dos Apogonidae amplia o entendimento sobre como fatores biológicos e ambientais (fatores extrínsecos) contribuem como gatilhos para a elevada taxa de diferenciação cromossômica (fatores intrínsecos) em alguns grupos de peixes marinhos.