Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Ricardo Alexandre Peixoto |
Orientador(a): |
Amorim, Marcelo da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30695
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Resumo: |
No âmbito da Análise do Discurso, as pesquisas voltadas para a distinção das Formações Discursivas e a relação interdiscursiva não privilegiam o estudo e a análise do gênero proverbial e tampouco se assentam sobre o estudo da heterogeneidade enunciativa e polifonia dos enunciados proverbiais e dos desvios, os quais são reflexo do lugar que o sujeito ocupa em uma dada estrutura social. As coerções e antagonismos perceptíveis nas vozes que assomam nos provérbios populares e nos desvios situam o sujeito discursiva e ideologicamente. Nesse sentido, nesta pesquisa analisamos os provérbios e os desvios em seu contexto de uso, com a finalidade de aferir a sua participação e relevância nas Formações Discursivas. Nossa questão de pesquisa referese ao contributo dos provérbios populares e desvios na materialidade das FDs, apoiando-nos na hipótese de que os enunciados proverbiais, proferidos por um enunciador genérico-ON, guardam relação estreita com a ideologia dominante, permitindo, por seu caráter polifônico e heterogêneo, a distinção das FDs que perpassam um dado campo discursivo. Outrossim, os desvios representam uma espécie de militância/oposição ideológica, sobretudo nos casos de subversão. A contribuição dos provérbios e desvios para a materialidade discursiva é, portanto, ideológica. Nosso objetivo geral é distinguir qual o contributo dos provérbios populares e desvios na materialidade das FDs. Especificamente, procuramos analisar a imitação dos enunciados proverbiais – captação e subversão; analisar a heterogeneidade e polifonia dos provérbios e desvios; e verificar as formações discursivas em que os enunciados proverbiais e desvios se inscrevem. Para tanto, nosso aporte teórico é constituído por Maingueneau (1997; 2001; 2008; 2010; 2014; 2015; 2016), Foucault (2008), Althusser (1985), Pêcheux (1969; 1997), Authier-Revuz (1990), Ducrot (1987), Reboul (1975), Mussalim (2016), dentre outros. A pesquisa é de natureza qualitativa, com suporte quantitativo, na qual são analisados enunciados proverbiais e desvios extraídos das páginas do Facebook do “Brasil 247” e de “O Antagonista”. Metodologicamente, nossa pesquisa obedeceu a momentos/processos distintos: 1. tabulação de comentários com enunciados proverbiais coletados nas fontes de coleta supramencionadas; 2. relação integral dos provérbios, desvios e outras frases destacáveis coletados, distinguindo seu significado, possíveis variações e indexações; 3. categorização dos desvios – captação e subversão; 4. tabulação dos enunciados proverbiais e/ou desvios aspeados, visando à aferição/distinção das implicações do uso das aspas, um exemplo de heterogeneidade mostrada marcada; e 5. aplicação dos princípios de Ducrot (1987), observando particularmente os casos de negação e de pressuposição, de maneira a distinguirmos, em um mesmo enunciado, a emergência de mais do que uma voz. Como resultado preliminar, avançamos que os enunciados proverbiais e desvios contribuem para a materialidade das FDs na medida em que são o que Réboul (1975, p. 123, grifo do autor) chama de “éclat de ideologia”. Eminentemente ideológicos e argumentativos, transparecem nitidamente as fronteiras entre o interior e exterior próprio dos discursos, possibilitando o vislumbre das regularidades das formações discursivas. |