Educação e adolescência excluída na escola no contexto do capitalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nascimento, Élida Furtado do
Orientador(a): Campos, Herculano Ricardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50053
Resumo: Esta pesquisa parte da necessidade de contribuir com as discussões a respeito do fenômeno da escolarização de adolescentes excluídos na escola via programa de aceleração da aprendizagem — Poronga. Trata-se da materialização do Programa Telecurso 2000 da Fundação Roberto Marinho implementado no Acre no período de 2002 a 2019. Toma-se o Projeto como expressão de educação compensatória para adolescentes, no contexto das reformas educacionais sob as características do neoliberalismo de Terceira Via e de mercadificação da educação, discutidos à luz dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Objetivou-se revelar e analisar as contribuições e limites do Poronga para o desenvolvimento dos adolescentes, problematizando a respeito dos significados sociais que sustentam sentidos pessoais sobre o Programa, sob o ponto de vista da educação de adolescentes. Realizou-se estudo com duas turmas do Poronga em Cruzeiro do Sul-AC, contando com a participação de diferentes sujeitos (duas professores do programa, duas coordenadoras pedagógicas, sete alunos do programa e seis responsáveis pelos alunos), por meio de questionário e entrevista. Os resultados revelam que o contexto socioeconômico de vida dos estudantes e familiares do Poronga é de extrema pobreza material, marcada pelo acesso a uma escola que não oferece condições de aprendizagem. Dar visibilidade à falência premeditada do sistema educativo, não só do Poronga, mas do sistema educativo em geral, que falha na garantia da educação de adolescentes da classe pobre, perpassada por opressões de gênero e raça. Não obstante essa realidade, tanto os familiares quanto os estudantes significam positivamente a educação escolar, expressando significados sociais que reiteram a importância da escola, dando visibilidade à resistência e a teimosia de quem segue resistindo, movidos pelos sentidos pessoais que atribuem à educação. É essa contradição, plasmada na realidade do Projeto de correção de fluxo, mas que vai para além dele, que se busca problematizar no âmbito deste estudo.