Teorização e conceitualização em psicologia: o caso do Burnout

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fontes, Flávio Fernandes
Orientador(a): Falcão, Jorge Tarcisio da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21535
Resumo: Pesquisas filosóficas e conceituais vêm sendo reiteradamente apontadas como necessárias na Psicologia, dada a caracterização da disciplina como excessivamente centrada no método e na coleta de dados empíricos. Apresentamos a Psicologia Teórica e Filosófica enquanto área de pesquisa que procura responder a esse problema, constituindo um campo de reflexão e trabalho metateórico capaz de evitar as armadilhas da aplicação meramente mecânica de procedimentos metodológicos. Em seguida fornecemos algumas diretrizes sobre como realizar a análise de conceitos em psicologia. Defendemos como abordagem levar em consideração a dimensão linguageira (palavra e metáfora) de um determinado objeto psicológico e seguir seu desenrolar de transformações pela história. Com base nessa perspectiva, realizamos o estudo de uma problemática oriunda da psicologia do trabalho: a síndrome de burnout, que pode ser caracterizada como uma situação de “exaustão” em relação à atividade laboral por parte do indivíduo-trabalhador. Analisamos em profundidade a obra de dois dos teóricos mais importantes na história desse conceito: Herbert J. Freudenberger e Christina Maslach. Expomos qual o contexto de surgimento e a filosofia da ciência que embasam a criação desse novo objeto psicológico, ressaltando a diferença entre a perspectiva clínica-psicanalítica (Freudenberger) e a perspectiva de mensuração positivista (Maslach). Seguimos as mudanças conceituais e de ortografia da palavra pelas quais passou o burnout na obra de ambos os autores escolhidos, enfatizando a instabilidade das definições apresentadas. Defendemos que duas metáforas são os aspectos mais estáveis do objeto psicológico em questão: a metáfora da síndrome e a metáfora do homem como sistema de energia. A primeira encontra dificuldades de se justificar teoricamente, enquanto a segunda constitui o aspecto central do burnout através da ideia de exaustão.