Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Araújo Neto, Amadeu Clementino |
Orientador(a): |
Meira, Karina Cardoso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55236
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Resumo: |
O câncer do ovário é uma neoplasia altamente associada às mudanças no comportamento reprodutivo das mulheres, constituindo-se como o sétimo câncer mais incidente e a oitava causa de morte por câncer em mulheres. Em nível populacional, os diferenciais na incidência e mortalidade por esta doença correlacionam-se com a estrutura etária da população, especialmente com o envelhecimento populacional e com a redução na taxa de fecundidade. Destaca-se que os fatores reprodutivos (nuliparidade, não utilizar anticoncepcional oral, nunca ter amamentado) são responsáveis por mais de 80% do risco atribuível populacional do câncer do ovário. A evolução temporal da incidência e mortalidade das doenças é influenciada por três fatores temporais: idade, período e coorte. Assim, a presente dissertação visa avaliar o efeito de idade, período e coorte (APC) para a mortalidade por câncer do ovário, no período de 1980 a 2019, nas faixas etárias de 30 a 80 anos e mais, em estados brasileiros que apresentam diferenças importantes no comportamento reprodutivo das mulheres, Unidades da Federação do Nordeste e Sul do país. Os registros de óbito foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) e os dados populacionais obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE). Com a finalidade de obter taxas de mortalidade mais fidedignas, realizou-se a correção da qualidade e da cobertura dos óbitos. Corrigidos os óbitos, foram calculadas taxas de mortalidade brutas, específicas por faixa etária e padronizadas pelo método direto, tendo como população padrão a população mundial proposta por Segi. Os efeitos APC foram calculados para as taxas de mortalidade nos quinquênios de 1980-1984 a 2010-2019, por meio da regressão de Poisson, utilizando-se funções estimáveis propostas por Holford e implementadas por Carstensen. No período em estudo, a taxa de mortalidade padronizada por 100 mil mulheres na região Sul foi 3,75 e no Nordeste 2,59. As maiores taxas padronizadas foram observadas nos estados da região Sul - Rio Grande do Sul (3,98/100.000 mulheres) e Santa Catarina (3,70/100.000 mulheres) e as menores, nos estados da região Nordeste - Paraíba (1,97/100.000 mulheres) e Alagoas (2,04/100.000 mulheres). Observou-se diferenças no risco de morte nos anos 2000 entre os estados da região Sul e Nordeste, com aumento nos últimos quinquênios em estados da região Nordeste e redução nos estados da região Sul. Ainda, nos estados do Nordeste se verificou aumento do risco de morte por câncer do ovário nas mulheres de gerações nascidas a partir da década de 1950, e no Rio Grande do Sul redução nas coortes mais jovens. As diferenças no efeito de período observadas entre os estados dessas duas regiões podem estar correlacionadas com as desigualdades no acesso aos serviços de saúde desde a Atenção Primária até ao tratamento de alta complexidade em oncologia. E o efeito de coorte (aumento do risco de mortalidade por câncer do ovário nas gerações mais jovens) correlaciona-se às mudanças nos comportamentos reprodutivos e à ocidentalização dos hábitos de vida. |