Efeitos de um programa de exercícios domiciliares em sintomas motores e não-motores de indivíduos com Doença de Parkinson: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vasconcellos, Liliane Santos de
Orientador(a): Ribeiro, Tatiana Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29493
Resumo: Introdução: As alterações presentes na região do tronco em indivíduos com doença de Parkinson (DP) parecem relacionar-se com sintomas de natureza motora e não motora, tais como, equilíbrio postural, marcha e constipação intestinal (CI). Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de exercícios domiciliares direcionado à região do tronco sobre sintomas motores e não-motores de indivíduos com DP. Metodologia: Ensaio clínico controlado e randomizado, incluindo 28 indivíduos com DP - classificados entre 2 a 4 na Escala de Hoehn & Yahr, com sintomas de CI, déficits de equilíbrio postural e marcha. A amostra foi aleatorizada em Grupo Controle (GC, n= 14) e Grupo Experimental (GE, n= 14). O GC realizou atividades envolvendo os membros superiores e inferiores; o GE realizou um protocolo de exercícios focados na região do tronco. Os protocolos foram efetuados pelos participantes em domicílio, diariamente (três vezes por dia) por três semanas consecutivas, sob supervisão do cuidador e monitoração diária pelos terapeutas do estudo. Os participantes foram avaliados no tempo on da medicação antes do início das intervenções, imediatamente após e 30 dias após o término das intervenções, quanto às medidas de desfecho: função intestinal/CI (Escala de Bristol e questionário The Bowel Function in the Community - BFC); variáveis cinemáticas da marcha (Qualisys Motion Capture System®); variáveis do equilíbrio postural (plataforma de força); qualidade de vida (Parkinson Disease Questionnaire-39 - PDQ-39). A análise dos dados foi realizada utilizando Análise de variância (ANOVA) mista com medidas repetidas para comparar as medidas de desfecho entre os grupos e entre os momentos de avaliação. Testes de correlação foram aplicados entre a variável CI (Escala de Bristol) e as variáveis motoras: número de quedas no último ano, função motora (parte da Movement Disorders Society – Unified Parkinson’s Disease Rating Scale - MDS-UPDRS) e mobilidade autorreferida (item da escala PDQ-39). A significância adotada foi de 5% para todas as análises. Resultados: Artigo 1 – A ANOVA demonstrou que não houve interação tempo*grupo para os dados da Escala de Bristol, sem alterações do desfecho ao longo do tempo. Os dados referentes ao BFC demonstraram interação significativa tempo*grupo (F= 4,065; P= 0,038). Quanto à qualidade de vida, não houve interação tempo*grupo e não houve alteração desse desfecho ao longo do tempo. Não houve correlação entre a medida de CI e as variáveis motoras: número de quedas no último ano, função motora e mobilidade autorreferida. Artigo 2 - Segundo a ANOVA, não houve interação significativa entre tempo e grupo nem alterações ao longo do tempo para todos os desfechos relativos à marcha: velocidade, comprimento da passada, tempo de duplo apoio, extensão do quadril, amplitude do movimento do joelho e do tornozelo; e relativos ao equilíbrio postural: 95% da área de deslocamento do centro de pressão, distância do deslocamento, velocidade do deslocamento, deslocamento ântero-posterior e médio-lateral. Conclusão: Por meio dos resultados obtidos, pode-se inferir que o protocolo composto por exercícios de fortalecimento muscular direcionados para o tronco (GE) melhorou a função intestinal quando comparado ao GC, a partir de um aumento da frequência da evacuação, aproximando-se do padrão intestinal normal. Porém, nenhum dos protocolos foi capaz de promover melhora relativa à qualidade de vida. Quanto aos sintomas motores, não foi produzido benefício na marcha e no equilíbrio postural dos participantes de ambos os grupos. Os achados reforçam a necessidade de estudos na temática atual, envolvendo tratamento domiciliar de sintomas não apenas motores, mas também não-motores na DP.