Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Farias, Pedro Henrique Bezerra de |
Orientador(a): |
Knox, Winifred |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55101
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Resumo: |
O bordado seridoense é um ofício secular, trazido durante a colonização portuguesa, com forte influência da Ilha da Madeira, e disseminado entre as mulheres da região por meio de uma educação para o lar. Durante o século XX, a vocação têxtil do Seridó foi aflorada e passou por transformações, tendo sua crise a partir da década de 1980, ocasionando forte êxodo da região, seguida de uma reestruturação das bases produtivas com a criação de chapelarias, facções, malharias, tecelagens de redes, dentre outros. Na última década, o bordado vem passando por transformações no modelo produtivo, saindo de um contexto tradicional para alcançar o mercado hegemônico da moda globalizada. O presente estudo tem como objetivo geral refletir sobre o modelo produtivo e as intersecções de gênero, desenvolvimento e decolonialidade, a partir do estudo de caso das histórias de vida das bordadeiras e suas trajetórias na Casa das Bordadeiras, em Timbaúba dos Batistas, no território do Seridó Potiguar. Como pergunta de partida, busca-se questionar qual a importância social e econômica da atividade do bordado para proporcionar autonomia financeira para as mulheres da região. Como procedimentos metodológicos, para detalhamento geral das bordadeiras foi aplicado um questionário estruturado com 20 delas. Como estratégia de aproximação com as bordadeiras foi realizada uma oficina com metodologias participativas, onde foram construídas com as mulheres uma árvore de problemas e uma cesta de frutos-soluções. Além disso, realizou-se o desafio do que denominamos “Diário de Bordo”, que consistiu num caderno a ser preenchido com a rotina das bordadeiras durante 7 dias, tendo 6 delas preenchido o diário. Dentre as 11 participantes da oficina, 6 delas, que corresponde a uma porcentagem de 55%, demonstraram interesse e disponibilidade e participaram ainda de entrevista semiestruturada, por meio da qual foram reconstruídas suas trajetórias de vida. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com representantes envolvidos no setor produtivo do artesanato no RN. Constatou-se que das participantes da pesquisa, 65% delas possui renda de até 1 salário mínimo, mesmo acumulando duas ou mais jornadas de trabalho, com carga horária de até 15h diárias, com ausência de contratos e formalização. Os resultados indicam a Casa das Bordadeiras como um território vivido de resistência, elemento essencial para uma discussão de Políticas de Desenvolvimento Territorial numa perspectiva contra hegemônica, que considere o bordado como patrimônio cultural, a partir do fortalecimento da identidade regional, do selo de indicação geográfica recém conquistado, para driblar o êxodo da região e garantir trabalho e renda. |