Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Carla Larissa Fernandes |
Orientador(a): |
Cavalcante, Elisângela Franco de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27346
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Resumo: |
As Infecções Primárias da Corrente Sanguínea são classificadas como aquelas laboratorialmente confirmadas por meio de resultados positivos de hemocultura em pacientes em uso de Cateter Venoso Central, tornando-se cada vez mais importante a atuação dos gestores e profissionais na prevenção da ocorrência desses eventos nas Unidades de Terapia Intensiva. Objetiva-se analisar as práticas assistenciais e de gestão relacionadas à prevenção das Infecções Primárias da Corrente Sanguínea associada ao cateter venoso central na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário. Trata-se de um estudo de abordagem mista em que foi utilizada a triangulação metodológica na coleta de dados a partir da combinação de métodos quantitativos e qualitativos. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados um questionário estruturado com questões abertas e fechadas sobre o conhecimento e percepção das medidas de prevenção das infecções primárias da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central, um checklist de observação sistemática não participante dos procedimentos de inserção de cateter, preparo, administração de medicamento e troca de curativos, e por fim, realizou-se um grupo focal. A população constou de 25 médicos, 19 enfermeiros e 64 técnicos em enfermagem que manusearam o cateter venoso central no período do estudo, além de um membro do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, responsável técnica e o representante da coordenação de enfermagem da unidade de terapia intensiva, representante da divisão de enfermagem do hospital, dois representantes da gerência de atenção à saúde e um representante do Núcleo de Segurança do Paciente. Os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva e apresentados em formas de tabelas. Para tanto, utilizou-se o Microsoft Excel 2017 e SPSS 25.0. Para verificar o nível de significância optou-se pela aplicação do Teste Qui-quadrado e para as caselas inferiores a cinco, considerou-se o teste exato de Fisher. Adotou-se o nível de significância pvalor <0,05. Para os dados qualitativos, foi utilizada a análise de conteúdo por Minayo com o emprego do software Atlas Ti. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Hospital Universitário Onofre Lopes, conforme parecer consubstanciado nº 2.721.411/CAAE: 80013817.8.3001.5292. Entre os pesquisados, observou-se que a maioria era do sexo feminino (59,26%), na faixa etária de até 40 anos (70,37%), predominando o técnico em enfermagem (59,26%). Com relação ao conhecimento das medidas de prevenção para infecção da corrente sanguínea do cateter venoso central, a maioria (62,04%) recebeu capacitação sobre higienização das mãos (90,74%), afirma (60,19%) a existência de bundle de cateter, possui conhecimento dos princípios de prevenção propostos pelo bundle (58,33%) e trabalhou com esse tipo de metodologia (58,73%). A maioria sente que a gestão do serviço motiva a realizar cuidados seguros com uma política institucional (72,22%) e reconhecem que há dificuldade em seguir por completo as práticas seguras (50%). Sobre a percepção e atuação dos profissionais em relação as medidas de prevenção para infecção da corrente sanguínea do cateter venoso central, a maioria dos médicos relatou que sempre (92%) higieniza as mãos, sempre (88%) utiliza a paramentação correta, sempre (80%) realiza o preparo adequado da pele, sempre (56%) evita punção da veia femoral como sítio de escolha e quase sempre (48%) faz a verificação diária e registro quanto à necessidade do dispositivo, provendo retirada quando não for necessário. Observou-se que esses profissionais obtiveram na prática adesão à higienização das mãos (96%) com predomínio da técnica de escovação cirúrgica (96%), adequado preparo da pele (93%) com secagem espontânea do antisséptico (96%) e escolha do sítio de inserção optando pelas inserções femorais em apenas 6%. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem referiram sempre higienizar as mãos (88%) durante a manutenção dos dispositivos, porém observou-se inadequação da prática para os procedimentos preparo (36%), administração de medicamentos (10%) e troca de curativos (52%). Houve predomínio da técnica de higienização simples das mãos com água e sabão em detrimento da utilização das preparações alcóolicas antes do preparo (80,65%) e administração de medicamentos (57,69%). A fricção do hub no momento da administração esteve presente em 65% das observações. Não houve proteção dos curativos de cateter venoso central (65%) durante o banho e a cobertura de escolha predominou a gaze e a fita aderente (86%). O desenvolvimento do produto da dissertação ocorreu a partir da discussão em grupo focal com os gestores sobre as principais dificuldades apontadas pelos profissionais no contexto institucional para levantamento de soluções a serem efetivadas na prevenção das infecções primárias da corrente sanguínea. Assim, os resultados da pesquisa apontam que a mudança de uma realidade depende da mudança de comportamento dos atores envolvidos, sendo fundamental e necessária uma reflexão tanto dos profissionais acerca de suas práticas, quanto dos gestores no cumprimento e condução das ações de prevenção. |