Feminismo e capitalismo: um rompimento necessário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Roberta da Cunha
Orientador(a): Dias, Maria Cristina Longo Cardoso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43676
Resumo: Os movimentos de mulheres que endossam uma economia liberal, historicamente, demonstraram ser insuficientes e problemáticos diante das demandas sociais e políticas dos mais variados grupos que compõem a sociedade, pois não compreendem o que há por trás das opressões. É possível visualizar essa insuficiência a partir da obra de Betty Friedan (uma das representantes do feminismo liberal nos Estados Unidos da década de 1960), que trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões mantidas e acentuadas pelo modo de produção capitalista. Para compreender esse problema e superá-lo, será necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx e, partindo de autoras como Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti e Ana Montenegro, entender como o modo de produção capitalista se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para solidificar marcas sociais que permitam uma maior exploração. Ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados em relação aos outros grupos. É nesse sentido que surge a necessidade de analisar o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina, como propõe Friedan. Para ela, a libertação da mulher se limita à busca pela própria identidade. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que esses aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas.