Resumo: |
O cotidiano é uma experiência que tece o viver do ser humano. Atravessando a escrita do dia a dia, o cotidiano narra as múltiplas camadas de subjetividades enredadas no lado prosaico e poético do viver. O movimento entre o prosaico e o poético cria a geopoética espacial com caminhos e bifurcações que evidenciam à realidade a partir da dinâmica das práticas espaciais, cuja unidade se mostra, de modo singular, no bairro. Nesse quadro, tem-se como objeto de estudo o bairro de Cidade Nova, localizado na Zona Oeste de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Esse bairro carrega em sua trama espacial cotidiana escritos diversos, porém, em grande medida, tem sido identificado pelo enredo do crime e do medo, o que leva os estudos a acentuarem elementos de estigmatização espacial. Nesta pesquisa, colocamos em questão o que é o cotidiano do bairro como central, para atenuar esse enredo, trazendo à tona as múltiplas afetações que passam a fragmentar e marcar as tramas cotidianas. Diante do exposto apresenta-se como objetivo central, descrever o bairro Cidade Nova, considerando o cotidiano imbricado as práticas espaciais. Essa pesquisa pauta-se metodologicamente na perspectiva complexa, em que o cotidiano e as práticas espaciais se mesclam como categoria, conceito e recorte analítico, sendo guiados pelos movimentos imbricados de lembrança e esquecimento e as trajetórias de um caminhante metafórico, inspirado na figura do deus Atlas que apreende, dissipa, dissemina amores, sofrimentos, medos e esperanças encravadas no espaço e que tecem dia a dia do habitante de Cidade Nova. Para acessar tal cotidiano foi efetuado o projeto de extensão “A geo-história não contada sobre o vivido espacial no bairro de Cidade Nova, Natal-RN”, na Escola municipal Professora Emília Ramos onde foi elaborado a cartografia do cotidiano, que dar luz as subjetividades, desvios, desejos e táticas dos moradores do bairro de Cidade Nova. |
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