A metretiké téchne como exercício da areté no Protágoras de Platão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Meneses, Sérgio Carlos da Silva
Orientador(a): Silva, Markus Figueira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49897
Resumo: Este estudo apresentará como Platão, no Protágoras, faz Sócrates sustentar a “arte da mensuração” (μετρητική τέχνη) como o exercício da verdadeira excelência (ἀρετή). A argumentação socrática se desenvolve numa disputa com o sofista Protágoras, que propunha o ensino de uma “arte da cidadania” (πολιτικὴ τέχνη) capaz de fazer dos atenienses “melhores cidadãos” (ἀγαθοὺς πολίτας), tanto no âmbito privado quando no político, pelo ensino da capacidade de bem deliberar (εὐβουλία). Questionado sobre a ensinabilidade do objeto de sua arte, Protágoras defenderá seu ofício de educador com uma versão do Mito de Prometeu, um esboço teórico em linguagem mítica sobre a natureza humana e o surgimento da comunidade política, no qual se apresenta o surgimento da sociedade como resultado da aprendizagem da sabedoria técnica (ἔντεχνος σοφία) e de certas habilidades (δυνάμεις) políticas como o respeito (αἰδώς) e da justiça (δίκη). Sócrates, tendo, no plano dramático, se convencido da possibilidade do ensino da ἀρετή, passa, no plano dialético, a investigá-la mais detalhadamente para concluir que ela, para ser ensinada, deve necessariamente ter alguma relação com o conhecimento (ἐπιστήμη). A partir desta conclusão, Sócrates formulará sua tese de que a verdadeira ἀρετή se manifesta como μετρητική τέχνη, uma habilidade de mensuração e hierarquização dos objetos da escolha que permite ao homem corrigir as distorções de julgamento oriundas de sua perspectiva temporal e orientar moralmente seu agir a partir da perspectiva mais ampla da adoção do Bem (ἀγαθόν) supratemporal como critério movente da vontade.