Efeitos agudos da técnica de breath-stacking sobre os volumes pulmonares e pico de fluxo de tosse em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Maciel, Ana Cristina de Medeiros Garcia
Orientador(a): Andrade, Armele de Fátima Dornelas de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43726
Resumo: Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva que acomete os neurônios motor superior e inferior. Os principais componentes musculares que irão alterar o sistema respiratório são os músculos inspiratórios, expiratórios e bulbares, que levam à insuficiência respiratória crónica. A técnica de breath-stacking (BS) possibilita um incremento nos volumes pulmonares e é considerada uma técnica de fácil uso e boa aplicabilidade, podendo ser utilizada em tais pacientes. Entretanto, ainda são controversos os benefícios da técnica BS na amplitude das alterações nos volumes pulmonares e na geração do pico de fluxo tosse (PFT). Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos respiratórios agudos nos volumes pulmonares (VP), no padrão respiratório (PR) e no PFT em sujeitos saudáveis submetidos à técnica de BS na posição supina e em 45º de inclinação de tronco (artigo 1) e em pacientes com ELA versus indivíduos saudáveis pareados submetidos à técnica de BS em 45º de inclinação de tronco (artigo 2). Materiais e Métodos: Artigo 1 - Foram estudados 14 indivíduos saudáveis (7H), não tabagistas, com função pulmonar preservada, idade de 23.79  2.48 anos e IMC 23.31  1.84 Kg/m2, CVF 4.26 ± 0.60 L, VEF1/CVF 0.83 ± 0.01 L. O efeito da técnica de BS foi comparado nos dois posicionamentos, sendo solicitado uma tosse espontânea antes e após a manobra de BS. Artigo 2 - Foram estudados 22 indivíduos de ambos os gêneros, 7 pacientes com ELA (51.57 13.35 anos e IMC 24.63 1.94 Kg/m2, CVF 2.57 ± 0.85 L, VEF1/CVF 0.83 ± 0.07 L) em seguimento ambulatorial e 15 sujeitos saudáveis (49.00  14.78 anos e IMC 23.48  1.77 Kg/m2, CVF 4.22 ± 0.61 L, VEF1/CVF 0.83 ± 0.01 L). A técnica de BS foi realizada com inclinação tronco de 45o e o pico de tosse foi calculado antes e após a manobra de BS. Durante todo o protocolo, nos dois artigos, os volumes pulmonares e o padrão respiratório serão avaliados através da Pletismografia Opto-eletrônica (POE), BTS Bioengineering (Itália). Resultados: Artigo 1 - A técnica de BS promoveu aumento no PFT (5.21 vs 6.09 L/s; p < 0.005) somente na posição inclinada 45o. Houve um aumento significativo nos VP da caixa torácica (pulmonar + abdominal) imediatamente após a técnica em ambos os posicionamentos (supino: 0.182 L vs 0.220 L e 45o: 0.211 L vs 0.279 L (p <0.05). Artigo 2 - Houve um incremento nos VP da parede torácica (PT) em ambos os grupos, durante a realização da técnica de BS (de 0.35 ± 0.10 para 1.79 ± 1.11 L nos sujeitos com ELA e de 0.42 ± 0.19 para 2.87 ± 0.64 L; Δ1.44 L vs. Δ2.44 L), com p < 0.0001. A técnica induziu um aumento no PFT em ambos os grupos: nos sujeitos com ELA (2.21 ± 0.71 vs. 3.39 ± 0.73 L/s) e saudáveis (5.19 ± 1.28 vs. 6.30 ± 1.07 L/s), com p < 0.001. Conclusão: Os resultados sugerem que a manobra de BS promove um aumento dos volumes pulmonares e do PFT à 45º de inclinação de tronco em sujeitos saudáveis e pacientes de ELA.