Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Ana Clarissa Viana |
Orientador(a): |
Tavares, Maria Alice |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28222
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Resumo: |
Extensores Gerais são expressões discursivo-pragmáticas, características da fala, que exibem uma estrutura composicional em comum. No português brasileiro, as variantes apresentam como núcleo os pronomes tudo e tal ou o substantivo coisa. Embora haja diversos pesquisadores que analisam esse fenômeno em outros idiomas (cf. CHESHIRE, 2007; TAGLIMONTE e DENIS, 2010; PICHLER, 2010; PICHLER e LEVEY, 2011; FERNÁNDEZ, 2015; SECOVA, 2017), até o momento, não há trabalhos destinados a analisar a variação das formas no português brasileiro, que seja de nosso conhecimento. Nesta dissertação, temos como objeto de estudo o uso dos Extensores Gerais na comunidade de fala natalense. Nosso corpus é composto por 48 entrevistas sociolinguísticas constituintes do Banco de Dados FALA-Natal (cf. TAVARES, 2016). O principal objetivo desta pesquisa é circunscrever os contextos de ocorrência de cada variante, além de descrever e analisar os fatores envolvidos nesse fenômeno variável. No que se refere à fundamentação teórica, empregamos a sociolinguística variacionista – teoria que defende que a variação, embora seja inerente à língua, não ocorre de modo aleatório, por isso pode ser sistematizada e analisada quantitativamente – somada à gramaticalização, do ponto de vista do funcionalismo norte-americano, – responsável pelos estudos da mudança linguística que objetivam demonstrar como itens lexicais, em certos contextos linguísticos, passam a desempenhar funções gramaticais. Desse modo, seguimos uma interface variação-gramaticalização, visto que a análise da gramaticalização “permite a elaboração de explicações mais refinadas para os padrões sincrônicos de distribuição de variantes discursivas cuja origem histórica reside em processos de gramaticalização” (TAVARES, 2017, p. 188). No tocante à análise, de cunho quantitativo, consideramos as seguintes variáveis independentes: sexo, faixa etária, função desempenhada pela forma e extensão estrutural da forma. Quanto à função, os resultados mostraram que tal foi favorecido pela requisição de solidariedade, a função mais gramaticalizada, e coisa e tudo foram favorecidos pela função de marcação de categoria, a menos gramaticalizada. Esses resultados apontam para a possibilidade de que tal seja a forma mais gramaticalizada. A variável independente extensão estrutural da forma não pode ser analisada uma vez que as formas variantes apresentam, em sua maioria, apenas um ou dois elementos composicionais. No que diz respeito ao sexo, as mulheres favoreceram coisa e tudo e os homens favoreceram tal, o que pode ter duas explicações. Pode se tratar de avanço da gramaticalização de tal liderada por homens ou disseminação social de coisa e tudo liderada por mulheres. Quanto à idade, os resultados obtidos para coisa nos permitem aventar a possibilidade de mudança liderada pelos préadolescentes. Por sua vez, tal pode estar passando por mudança liderada pelos adolescentes, com a manifestação de um pico de uso, embora o fenômeno de age grading não possa ser descartado. Por fim, tudo não parece estar passando por mudança. Há uma polaridade em seu uso: ele é favorecido pelos dois grupos etários mais velhos e desfavorecido pelos dois grupos etários mais jovens. Em suma, nossa pesquisa descreve e analisa o comportamento dos Extensores Gerais na comunidade de fala de Natal. |