Avaliação das concentrações séricas de magnésio de pacientes submetidos a quimioterapia com derivados de platina em associação com inibidores de bombas de prótons e sua correlação com as neuropatias: um ensaio clínico, duplo cego, controlado por placebo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Ney Moura Lemos
Orientador(a): Raffin, Fernanda Nervo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44927
Resumo: Os medicamentos à base de platina são prescritos regularmente no tratamento do câncer e, embora sejam eficazes, seu uso é limitado pelas reações adversas graves. Outro grupo de medicamentos utilizados em pacientes oncológicos são os inibidores da bomba de prótons (IBP) com finalidade de prevenir e tratar reações gástricas durante o tratamento oncológico. No entanto, ambos os medicamentos podem causar hipomagnesemia por mecanismos diversos. O trabalho tem por objetivo avaliar as concentrações séricas de magnésio em pacientes submetidos a quimioterapia com derivados de platina em associação com inibidores de bombas de prótons e sua correlação com as neuropatias. Trata-se de um estudo clínico randomizado e duplo cego. Foram incluídos 164 pacientes em início de quimioterapia com regimes contendo cisplatina ou carboplatina, verificando-se os critérios de inclusão e exclusão. Os voluntários foram aleatorizados em Lotes 1 e 2 na razão de 1:1, de forma consecutiva, nos grupos fazendo uso de cisplatina e carboplatina. Os lotes foram revelados somente após o encerramento do estudo. De acordo com os dados, houve uma maior frequência de portadores de câncer de cabeça e pescoço e de pulmão, para ambos os grupos. A média de idade foi de 61.0 ± 12.5 para o grupo placebo e de 57.7 ± 14.3 para o grupo IBP, onde os protocolos mais frequentes foram a carboplatina mais paclitaxel, seguido da cisplatina (monoterapia). Com relação a hipomagnesemia, destacou-se uma tendência de diminuição dos níveis séricos de magnésio em ambos os grupos (β = -0.035; p<0.001), sobretudo naqueles pacientes com a função renal preservada (β = -0.414; p<0.001). Houve decaimento de magnésio sérico mais acentuado no grupo omeprazol comparado ao placebo (β = -0.121; p = 0.031). As manifestações clínicas do trato gastrointestinal e neuropatia, não apresentam diferenças na ocorrência, porém o uso do omeprazol ocasionou menor ocorrência de náuseas e vômitos (p=0.005). Os resultados do estudo demonstraram uma tendência de hipomagnesemia em ambos os grupos, com maior hipomagnesemia no grupo de intervenção, mas sem diferença significativa nas reações avaliadas. O grupo de platinas associados ao omeprazol sugere um possível benefício do omeprazol na prevenção de náuseas e vômitos.