Vivendo na cidade: borboletas frugívoras em uma paisagem urbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Isabela Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23451
Resumo: Com o crescimento populacional e a expansão das cidades, o processo de urbanização e sua influência sobre a biota local entraram no hall de estudos ecológicos. Áreas verdes em meio a prédios e ruas tendem a se comportar como ilhas, servindo de refúgios para diversas espécies. O presente estudo teve o objetivo de entender quais fatores (e.g. área, cobertura vegetal) determinam a estrutura das comunidades de borboletas frugívoras em praças públicas e qual a influência de uma grande área preservada (Parque das Dunas) na dinâmica das borboletas nas praças. Além disso, averiguamos se as comunidades de borboletas em diferentes hábitats possuem diferentes características ecológicas. Foram selecionadas 18 praças em três categorias de distância para o Parque das Dunas: Camada 1 (0 a 1000 m), Camada 2 (1001 a 2000 m ) e Camada 3 (2001 a 3000 m). Em cada camada de distância selecionamos 2 praças pequenas (1000 - 3000 m2), 2 médias (3001 - 5001 m2) e 2 grandes (> 5001 m2). Três pontos dentro do Parque das Dunas foram escolhidos como área controle. Após 12 meses de coleta, foram registrados 635 indivíduos de 13 espécies de borboletas frugívoras. Nas 18 praças encontramos 475 indivíduos de 9 espécies (Hamadryas februa, Hamadryas feronia, Hamadryas amphinome, Historis odius, Historis acheronta, Fountainea sp., Opsiphanes invirae, Siderone galanthis e Taygetis laches), e nos três pontos no Parque das Dunas registramos 160 indivíduos de 12 espécies (todas encontradas nas praças, exceto Fountainea sp., mais Archaeoprepona demophoon, Prepona laertes, Zaretis isidora e Yphthimoides manasses). O baixo número de espécies encontradas na cidade é reflexo de uma homogeneidade local consequente de uma matriz quase impermeável. Foi possível verificar que nos períodos de chuva, a abundância aumenta significativamente nas praças, revelando que, quando a precipitação aumenta, a matriz se torna mais permeável, permitindo o deslocamento dos indivíduos e até mesmo o aparecimento de espécies encontradas predominantemente em florestas. A composição de espécies entre Parque e praças foi significativamente diferentes. Os valores dos componentes da beta diversidade revelaram que a comunidade de borboletas nas praças são sub-amostras aninhadas na comunidade do Parque. Com a seleção de modelos, foi possível verificar que a riqueza e abundância de borboletas frugívoras é dominada por processos estocásticos (modelo mulo), além do número de árvores frutíferas e tamanho das praças. Esses resultados indicam que as condições das praças diferem muito do Parque das Dunas e que as praças são excelentes filtros para as espécies, revelando uma dinâmica aleatória e neutra dominada por espécies generalistas e tolerantes.