Caracterização química, avaliação toxicológica e aspectos préclínicos associados ao efeito protetor do extrato hidroalcoólico das cascas de Pseudobombax parvifolium (Malvaceae) sobre o estresse oxidativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Tiago Felipe de Senes
Orientador(a): Thornton, Maria das Graças Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54857
Resumo: A biodiversidade vegetal do Brasil oferece uma rica fonte de compostos bioativos com potencial fitoterapêutico. Neste contexto, a embiratanha (Pseudobombax parvifolium) uma espécie endêmica da Caatinga reconhecida por seu uso tradicional, particularmente em casos de processos inflamatórios ligados ao estresse oxidativo celular. Apesar das propriedades biológicas e toxicológicas dessa planta terem sido pouco exploradas, esta pesquisa se destaca por ser pioneira ao caracterizar sua composição química, quantificar os teores de compostos fenólicos e flavonoides, e analisar seu perfil toxicológico e mutagênico para o extrato hidroalcoólico das cascas de embiratanha (EBHE). Os resultados revelam um rendimento de 8,92%, ainda, evidenciando uma alta concentração de polifenóis. O conteúdo total de compostos fenólicos atinge 24,26 mg GAE/g EBHE seco, enquanto a quantidade de flavonoides chega a 16,84 mg QE/g EBHE seco. Fitocomponentes como a catequina 7- arabinofuranosídeo, glicosídeo e loliolide foram identificados por análises por LCMS/MS, sendo este último identificado pela primeira vez nessa espécie. Ensaios de toxicidade com linhagens celulares (3T3, HEK293, VERO e BRL-3A) e ratos Wistar mostraram que o EBHE não apresenta efeitos tóxicos, e não foi observado indicativos de mutagenicidade em Drosophila melanogaster. No que diz respeito ao estresse oxidativo, o EBHE apresentou redução de cerca de 50% na peroxidação lipídica em doses de 2000 mg/kg (toxicidade oral aguda) e 100, 200 e 400 mg/kg (toxicidade de dose repetida). Apesar da ausência de alterações nos níveis de glutationa (GSH) em nenhum dos ensaios, houve aumento expressivo na atividade da superóxido dismutase (SOD) na dose de 400 mg/kg e na glutationa peroxidase (GPx) nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, especialmente no ensaio de dose repetida. Isso sugere possível indução das enzimas SOD e GPx, reforçando a proteção celular. Em resumo, os níveis de EBHE testados não demonstraram efeitos adversos, seja em experimentos in vitro ou in vivo, em exposições agudas ou de dose repetida. Além disso, a ausência de mutagenicidade confirma a viabilidade do uso tradicional da embiratanha. Isso destaca a importância do controle de qualidade para avaliar a segurança, eficácia e validade do uso de plantas medicinais, considerando possíveis riscos relacionados à sua composição química.