O Batólito Catolé do Rocha (RN-PB): reavaliação de um magmatismo granítico de tipo-A no Domínio Rio Piranhas Seridó, Província Borborema, NE do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Robson Rafael de
Orientador(a): Vilalva, Frederico Castro Jobim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29170
Resumo: O Batólito Catolé do Rocha (BCR) está inserido no contexto geológico da porção centronorte da Província Borborema (NE Brasil), oeste do Domínio Rio Piranhas Seridó e é um importante representante do evento tectono-magmático que acometeu essa unidade geotectônica durante o Ciclo Brasiliano (ca. 571 ±3 Ma). O BCR é composto por sienogranitos a quartzo sienitos de caráter metaluminoso a ligeiramente peraluminoso, com razão A/CNK < 1,03 e coríndon normativo <0,3% nas fácies mais evoluídas, rochas básicointermediárias e, de forma subordinada, diques e/ou bolsões de microgranitos. Todo o conjunto é intrusivo em rochas paleoproterozoicas do Complexo Caicó e da Suíte Poço da Cruz. O BCR tem sido considerado como integrante da suíte granítica cálcio-alcalina de alto K porfirítica nesta porção da Província Borborema, que engloba granitos com afinidades mais próximas aos de tipo-I. Contudo, são diversas as evidências litoquímicas que relacionam o BCR aos denominados granitos de tipo-A. Este trabalho apresenta uma revisão da geologia, petrografia, mineralogia e química (rocha-total e química mineral) do BCR visando melhor definir sua classificação química e tipológica. Os granitos do BCR apresentam afinidade álcali-cálcica a alcalina, caráter ferroano, com alta razão Fe/Mg, além de concentrações significativas de elementos litófilos de raio grande (LILE) e de alto potencial iônico (HFSE) e enriquecimento de terras-raras leves em relação aos pesados (15,53<LaN/YbN<67,37) e anomalias negativas de Eu moderadamente pronunciadas (0,58<Eu/Eu*<1,64). Seus minerais máficos são enriquecidos em ferro, incluindo biotita annítica e anfibólios do tipo ferro-edenita e hastingsita. Em termos geoquímicos, os granitos do BCR são classificados como de tipo-A2, que apontam para fontes puramente crustais (crosta inferior), ou mantélicas com posterior contaminação/assimilação crustal em ambientes tectônicos extensionais (ambiente pós colisional ou pós-orogênico). Cálculos geotermobarométricos indicam temperaturas de cristalização entre ~750–950oC e pressões entre 4,6–6,3 kbar. Estimativas da fugacidade de oxigênio, obtidas a partir da composição química de anfibólios, biotita e zircão, indicam que o BCR se formou sob condições redutoras(-4 < ΔQFM < -1). Desta forma, o BCR pode ainda ser interpretado como um batólito granítico do tipo-A2 reduzido. Evidências químicas e distintas condições redox estimadas para os granitos e rochas básico-intermediárias do BCR sugerem que se tratam de magmas distintos, com misturas do tipo mixing e mingling locais. Um modelo petrogenético inferido para as fácies graníticas envolveria a fusão parcial de fonte enriquecida (metassomatizada) e diferenciação magmática controlada principalmente por processos de cristalização fracionada (CF). A predominância de CF para os granitos do BCR encontra evidências na petrografia (e.g. plagioclásio com zoneamento concêntrico) e em diagramas de multielementos que mostram anomalias bem pronunciadas de Ti, P e Sr, sugerindo fracionamento de ilmenita, apatita e plagioclásio e/ou hornblenda.