A atuação do Estado na construção do imaginário da cultura escolar Potiguar durante a Primeira República

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cordeiro, Anna Gabriella de Souza
Orientador(a): Stamatto, Maria Inês Sucupira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27373
Resumo: No ano de 1889, foi proclamada a República no Brasil, com a alteração do sistema de governo, buscou-se concretizar uma transformação física e social no país. Neste momento, as cidades tornaram-se alvos de intervenções, para poderem representar o progresso da nação. O mesmo aconteceu com a sociedade, por meio da intensificação de políticas públicas voltadas para a instrução, o Estado se propôs a civilizar a população. Esta conjuntura é característica do Estado-Providência que se refere a um vasto contexto cultural e político que aliava a ação do Estado a um projeto de desenvolvimento nacional, fortemente influenciado pelos ideais positivistas, conforme o pensamento de Alfredo Bosi. Tendo em vista o papel da administração pública neste momento histórico, esta Tese levanta a hipótese de que o Estado atuou decisivamente na construção do imaginário da cultura escolar potiguar durante a Primeira República. Para tanto, esta pesquisa foi operacionalizada com base no paradigma da nova história cultural e está inserida no campo da história da educação. Ao trabalhar com este paradigma, neste campo, não se procurou a anulação de um pelo outro, ou, a simplificação destas abordagens, mas, a interação criativa entre ambos. Visto que o imaginário remete à nova história cultural e a cultura escolar à história da educação. Assim sendo, esta união se apresentou como uma profícua possibilidade de trabalhar vários aspectos da história da educação, expandindo a reflexão e a análise sobre o tema a partir do fazer histórico da nova história cultural. Na perspectiva analítica, o objeto de estudo imaginário da cultura escolar foi concebido como o todo, que pode ser analisado a partir de suas partes, as fontes históricas. Considerando que cada fonte histórica detém em seu conteúdo uma parcela do imaginário da cultura escolar da época. No que tange a delimitação do objeto de estudo, foi definido que o recorte espacial se refere ao estado do Rio Grande do Norte e o recorte temporal compreende os anos de 1889 a 1930. Diante do exposto, as partes selecionadas, ou melhor, as fontes históricas, foram: a legislação educacional, com base no conceito de Lei de Edward Thompson; as mensagens de governo, enquanto produção das Elites Culturais de Jean-François Sirinelli; o jornal A República e suas representações, de acordo com Roger Chartier; e as fotografias, partindo da concepção de imagem-objeto de Jerôme Baschet. Conclui-se que todas as fontes analisadas detém uma parcela do imaginário da cultura escolar. Juntas, estas fontes históricas forneceram um panorama imagético do período e denotaram que o Estado atuou de maneira deliberada e intencional na construção do imaginário da cultura escolar, sendo responsável pela regulamentação, pela discursão, pela circulação e pela construção das imagens da educação republicana no Rio Grande do Norte.