Saúde digital na atenção primária à saúde em tempos de Covid-19: perspectivas para avaliação e melhoria da qualidade

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Silva, Cícera Renata Diniz Vieira
• Orientador(a): Uchoa, Severina Alice da Costa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
• Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Saúde digital; Tecnologias em saúde; Qualidade do cuidado; Avaliação em saúde; Atenção primária à saúde; Covid-19
• Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48223

A pandemia da COVID-19 trouxe impactos sociais, econômicos e de saúde, que exigiu adaptação rápida dos sistemas de saúde não somente do ponto de vista quantitativo, mas também de qualidade. Neste contexto, a saúde digital tem ganhado força na Atenção Primária à Saúde (APS) e evidenciou de forma expressiva, a importância da informação oportuna e precisa como instrumento de operação de tomada de decisão para as necessidades de curto, médio e longo prazos. Este estudo objetivou evidenciar o escopo das estratégias em saúde digital e aspectos relevantes para a sua avaliação na APS, a partir da pandemia da COVID-19. Buscou-se, com o desenvolvimento de uma revisão de literatura do tipo scoping review, uma análise de conceito e de um estudo metodológico de abordagem qualitativa, apreender o estado da arte da saúde digital e seu impacto na qualidade do cuidado na APS no mundo, analisar como o conceito de saúde digital relaciona-se com a APS, no contexto da pandemia da COVID-19, e elaborar um modelo para sua avaliação no Brasil. A scoping review foi embasada no manual do Joanna Briggs Institute, orientada pelo PRISMA Extension for Scoping Reviews. A coleta de dados foi realizada em junho e julho de 2021, em bases de dados multidisciplinares de ciências da saúde e da literatura cinzenta. A análise de conceito, realizada em fevereiro de 2022, ancorou-se no método Evolucionário de Rodgers, possibilitando delinear o conhecimento histórico e aspectos contextuais construído acerca de um conceito. O estudo metodológico, realizado entre junho de 2021 e março de 2022 seguiu as etapas de revisão de literatura, elaboração do modelo, validação do modelo e elaboração da matriz de indicadores. A revisão revelou impactos positivos e negativos das estratégias remotas na qualidade do cuidado na APS, mas sobretudo alguma incapacidade de aproveitar o potencial das tecnologias, o que pode demonstrar diferenças na organização da implantação, rápida e emergencial, das estratégias digitais pelo mundo. A análise conceitual possibilitou a compreensão sobre a natureza do conceito de saúde digital na APS, ampliar sua concepção e refletir sobre situações que o precedem e sucedem. Assim, mostrou a importância da rápida transição na oferta de cuidados com a saúde digital, sua abrangência e múltiplos termos identificados, o que revela a heterogeneidade de um conceito que está em uso crescente entre as publicações no meio científico. A modelização tomou como pressupostos o contexto, antecedentes em saúde digital, delimitação da pesquisa avaliativa e atributos qualificadores da APS. Incorporou em suas atividades, dimensões técnica (escopo de ações e exatidão), organizacional (organização do cuidado e da gestão) e relacional (interpessoal) nos processos assistenciais e gerenciais do cuidado. Assim, tendo em vista a importância da saúde digital na atual situação de saúde mundial, e a possibilidade de integração e avanço desta estratégia após a pandemia, a atenção primária deve fortalecer sua capacidade de resposta, ampliar o uso das tecnologias da informação e comunicação, gerenciando os desafios passíveis de mudanças de forma adaptativa e ancorada em evidências. Reforça-se que a orientação, planejamento e execução das ações que engrenam a saúde digital precisam ser avaliadas, a fim de alcançar a compreensão de como as decisões, ações e investimentos estão corroborando para a melhoria do acesso e qualidade dos serviços e da saúde das populações.