A medicalização na Educação e a formação inicial do pedagogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Calado, Vânia Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28343
Resumo: Essa pesquisa teve como objetivo desenvolver e analisar mediações pedagógicas no processo de aprendizagem do conceito de medicalização na educação com estudantes de Pedagogia. Para isso, a partir do referencial teórico da Psicologia Histórico-Cultural, foi realizado um experimento formativo baseado na proposta de Davydov, entre agosto e dezembro de 2016, com turma de 25 estudantes do sexto período noturno, em curso presencial de uma universidade pública de Natal-RN. O experimento foi desenvolvido em 16 aulas semanais, distribuídas em três etapas, precedidas do levantamento sobre o conhecimento detido a respeito da medicalização. O planejamento das mediações pedagógicas se baseou na hierarquia conceitual elaborada para abordar o conceito científico medicalização na educação. Na primeira etapa foram desenvolvidas atividades para trabalhar os conceitos função social da escola e do pedagogo e relação entre sociedade e escola. Na segunda etapa o conceito brincar foi trabalhado inicialmente para resgatar memórias da infância e a vivência lúdica dos estudantes, e, posteriormente na elaboração de propostas de intervenção em escolas onde estagiavam tendo como base o brincar. Na terceira etapa foram abordados os conceitos saúde, doença, normatização da sociedade, determinismo biológico, medicalização da vida e dados sobre consumo de medicamentos. A análise dos registros escritos de sete estudantes selecionados indicou que compreenderam que a sociedade baseada no capitalismo, mecaniza, normatiza e desumaniza os sujeitos, atinge o pedagogo e o leva a elaborar práticas pedagógicas disciplinadoras que não desenvolvem o aprendizado e a criatividade, como consequência, aos alunos que fracassam na escola, são atribuídas doenças para serem tratadas por via medicamentosa com influência da indústria farmacêutica. Conclui-se que o experimento formativo possibilitou mediações que promoveram mudanças psíquicas, qualificaram processos de pensamento para a aprendizagem conceitual sobre medicalização na educação e contribuíram com a identificação de possibilidades de enfrentamento ao fenômeno, sendo que o brincar foi apontado como opção.