A vivência do desalento entre jovens graduados: uma aproximação histórico-cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Paulino, Daniele de Souza
Orientador(a): Bendassolli, Pedro Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45668
Resumo: O desemprego juvenil é uma constante no Brasil e no mundo. De forma geral, a juventude é a categoria mais sensível às crises econômicas, como também a mais exposta à realidade do desemprego e da informalidade. Nesse contexto, o desalento, ou seja, a desistência por procurar uma ocupação, atingiu em 2018, 2,4 milhões de jovens com idades entre 18 e 29 anos, número que tende a aumentar com o efeito da pandemia por COVID-19. Contudo, embora o desalento sempre se tenha feito presente entre o segmento juvenil, o debate acadêmico sobre o tema ainda se restringe a uma definição estatística e a proposições que apontam o investimento na qualificação, como alternativa para o rompimento com a condição. No entanto, contrariando essa perspectiva, a presença do desalento entre jovens com ensino superior é uma realidade que aponta para a necessidade de compreender esse fenômeno para além da sua descrição. Portanto, a partir do escopo da teoria histórico-cultural (THC) em articulação com alguns pressupostos da psicologia cultural, o objetivo geral do presente trabalho é investigar a vivência (perejivânie) do desalento diante da quebra de expectativa do trabalho idealizado por jovens com ensino superior. Para atingi-lo, pretende-se especificamente: (a) reconstruir a trajetória individual da pessoa jovem no que diz respeito à esfera do trabalho; (b) caracterizar o bloqueio de significado diante do desalento e (c) apreender a unidade quadrática de significados atribuídos pelo jovem diante daquela quebra e as ações que desenvolve para lidar com aquele bloqueio. Para tanto, foram realizados dois estudos de caso com jovens em condição de desalento, por meio da condução de cinco entrevistas em profundidade com cada uma delas, por meio do uso da estratégia metodológica Trajectory Equifinality Model (TEM). As entrevistas foram transcritas e a partir delas reconstruída a trajetória de cada participante, elemento que permitiu a análise da vivência do desalento de cada uma diante da quebra de um trabalho idealizado. Por fim, os achados são discutidos à luz da (THC) e denotam que o desalento supera uma definição econômica, ao se referir aos conflitos decorrentes das decisões de carreira diante da quebra da idealização em torno do trabalho, vivenciada por jovens graduados. Essa constatação, associada a intervenção realizada, traz implicações teóricas e práticas para a área da orientação profissional, sobretudo, por meio do incentivo ao comportamento exploratório das carreiras profissionais.