Luiz Ignácio Maranhão Filho: as sintonias entre as lutas de uma escola e as bandeiras do seu patrono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carneiro, Maria Helena Oliveira de Lima
Orientador(a): Rocha, Raimundo Nonato Araújo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE HISTÓRIA - REDE NACIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57271
Resumo: O trabalho analisa a razão da escolha de Luiz Ignácio Maranhão Filho (1921-1974) como patrono de uma escola municipal de Natal no ano de 1988. Parte da constatação de que poucos alunos e professores conhecem o personagem que nomeia a escola em que estudam. Detecta que existem raras investigações sobre histórias individuais dos patronos escolares. Discute a trajetória de vida desse personagem, enfocando as suas opções políticas e pessoais. Aborda as ações profissionais dele como professor e jornalista, bem como a sua inserção e militância no Partido Comunista Brasileiro dos anos 1940 até o seu desaparecimento “providenciado” pelo Estado militar em 1974. Apresenta as atividades de militância que desenvolveu e a ação perseguidora do Estado contra ele. Investiga as possíveis articulações entre o patrono e a escola que o homenageia. Constrói brevemente uma história do bairro da Cidade Nova, privilegiando as lutas das comunidade por escolas pública. Associa a construção da Escola Luiz Ignácio Maranhão Filho com as discussões políticas nacionais e locais na década de 1980. Analisa como esse indivíduo foi narrado em três diferentes obras, que o constrói como um “Santo Ateu” (Heloneida Studart), um apostador da relação amistosa entre Igreja e Comunistas (Maria Conceição Góes) e um conciliador sempre aberto ao diálogo (Afonso Laurentino e Francisco Souza). Defende – com base na ideia de currículo como artefato que é produzido culturalmente – que o ensino de História pode trabalhar com as trajetórias individuas para realizar investigações históricas. Apresenta anexado ao texto principal um Kit Didático sobre Luiz Maranhão Filho para ser trabalhado por professores e alunos do 9º ano do ensino Fundamental. Orienta como eixo articulador desse material a identificação do conceito e de práticas nacionais e internacionais relacionadas ao autoritarismo e à democracia. Demonstra esses dois conceitos na trajetória do patrono da escola e na história do bairro que abriga a instituição escolar. Utiliza como fontes teses e dissertação sobre o bairro, a escola, bem como sobre Luiz Maranhão Filho. Conclui que a escolha do personagem como patrono escolar esteve associado, por um lado, a necessidade do executivo municipal se apresentar como defensor da democracia e contra a ditadura que perseguiu várias lideranças democráticas, e, por outro, a construção de uma imagem positiva de Luiz Maranhão Filho por segmentos políticos dos mais distintos.