O soar das vozes oprimidas na sala de aula: leituras de um defeito de cor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Ketilly de Freitas Nobre Dantas
Orientador(a): Dias, Valdenides Cabral de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52596
Resumo: Nos ambientes escolares é notável a frequente exclusão de leituras de obras não canônicas, em especial aquelas que abordam questões de maiorias minorizadas, uma vez que não fazem parte dos “padrões” estéticos que ratificam o estatuto canônico de uma obra. Narrativas sobre o negro e a sua trajetória no Brasil comumente acontecem através de uma visão dominante entre os cânones da literatura. Em contraponto, esta pesquisa faz uma leitura da obra contemporânea Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, que propõe uma reconstrução da história por apresentá-la a partir de uma visão periférica, fazendo uso da metaficção em sua narrativa. Na presente análise e intervenção em sala de aula do Ensino Médio, a obra Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves (2016), foi selecionada com a finalidade de discutir sua contribuição não só na construção da identidade do sujeito, mas na reflexão acerca das questões sociais e contextuais que cercam essa construção dentro e fora da escola. Para tanto, o referencial teórico que compõe esta pesquisa é formado pelas reflexões de Dalcastagnè (2012), Kothe (1997), Schollhammer (2011), Hutcheon (1991), Cosson (2006) e Zilberman (2012), além de outros teóricos, artigos, dissertações e teses no campo da literatura e do ensino. Além da pesquisa bibliográfica, foi realizada uma pesquisa de campo que se concretizou em dois espaços: na educação formal e no digital, com o propósito de examinar o comportamento do sujeito pós-moderno em diferentes espaços, compreendendo como se posicionam acerca das questões da negritude, evidenciando, principalmente, a relação entre a obra não canônica e a formação da identidade desse sujeito. O trabalho nesses espaços resultou em uma reeducação sobre o negro e as suas origens, proporcionando a reflexão acerca de questões sociais, como o racismo. Ademais, os participantes foram estimulados a considerarem a existência de uma parte da história do Brasil esquecida e, devido ao caráter identitário e representacional da obra de Gonçalves (2016), tiveram a oportunidade de constituírem a sua identidade a partir de outros viesses.