Ferramentas tecnológicas utilizadas na comunicação entre profissionais de saúde durante as transições de cuidado no ambiente hospitalar: uma revisão sistemática e guia de boas práticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, José Ilton Lima de
Orientador(a): Brazorotto, Joseli Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E INOVAÇÃO EM SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57983
Resumo: Introdução: A comunicação efetiva foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde como uma meta internacional de segurança do paciente, visando a promoção de práticas de cuidado mais qualificadas e seguras em instituições hospitalares. Falhas em processos de comunicação entre profissionais de saúde estão relacionadas a erros assistenciais, principalmente nas transições de cuidado, que resultam em danos ao paciente. Diretrizes estabelecidas pela Joint Commission International sugerem que a utilização de ferramentas tecnológicas promove melhorias na transferência de informações críticas durante as transições de cuidado no contexto hospitalar. Objetivos: Investigar a efetividade do uso de aplicativos de informática médica na comunicação entre profissionais de saúde durante os processos de transição de cuidado de pacientes hospitalizados e elaborar um guia de boas práticas a partir da evidência científica analisada. Metodologia: Estudo de metodologia mista, de revisão da literatura e metodológico, composto de uma pesquisa de revisão sistemática, elaborada a partir de diretrizes do PRISMA e da elaboração de um guia de boas práticas para a implementação de ferramentas tecnológicas na transição de cuidado em ambiente hospitalar. A busca de estudos foi realizada nos seguintes bancos de dados eletrônicos: Embase, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), LIVIVO, PubMed/Medline, Scopus e Web of Science, bem como a literatura cinzenta na Google Scholar e ProQuest Dissertation and Thesis. Foram incluídos estudos randomizados e não randomizados que abordaram uma população de indivíduos adultos de ambos os gêneros com formação profissional em saúde atuantes hospitais e que participaram em qualquer transição de cuidado, reportando o uso de qualquer aplicação de informática médica diretamente relacionada ao processo de comunicação. Foram avaliados desfechos referentes à redução de eventos adversos e melhorias na comunicação durante as transições. O risco de viés dos estudos foi avaliado com a ferramenta ROBINS-I para ensaios clínicos não randomizados e RoB 2.0 para ensaios clínicos randomizados. Para a elaboração do guia, foram consideradas as evidências trazidas pela análise dos dados da revisão sistemática. Resultados: Foram identificados um total de 2.753 estudos, sendo 10 selecionados para a análise final. Destes, 8 estudos relataram melhorias na comunicação, incluindo a troca mais eficiente de informações cruciais e a redução no tempo de transição e 4 estudos relataram melhorias relacionadas à redução de eventos adversos, além da melhor comunicação; contudo, estas não foram associadas exclusivamente à tecnologia empregada na comunicação. A implementação de intervenções tecnológicas geralmente esteve acompanhada de treinamentos e estruturação da comunicação a partir dos mnemônicos SBAR e I-PASS, que podem ter contribuído para os resultados positivos observados. Adicionalmente, os estudos incluídos apresentaram uma variedade de limitações, incluindo vieses na avaliação dos desfechos, com dificuldades na medição de eventos adversos, sendo que 8 deles foram avaliados com alto risco de viés e 2 com risco moderado. O guia de boas práticas, considerando a evidência disponível foi apresentado. Conclusão: As intervenções eletrônicas têm potencial para melhorar a redução de eventos adversos e a comunicação durante as transições de cuidado. Contudo, é importante destacar que o impacto positivo na redução de eventos não pode ser atribuído unicamente às tecnologias empregadas, dado o papel dos treinamentos e melhorias na prática clínica abordados na maioria dos estudos. A efetividade das intervenções tecnológicas pode variar dependendo do contexto clínico, o que implica a necessidade de adaptação e personalização da intervenção de acordo com a realidade local. Pesquisas futuras com métodos robustos são necessárias para otimizar a implementação das tecnologias na transição de cuidado no ambiente hospitalar.