Cada peça em seu lugar: recorrências e particularidades na configuração espacial de casas modernas em Fortaleza - 1960 a 1976

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santana, Ugo Dantas de
Orientador(a): Trigueiro, Edja Bezerra Faria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27122
Resumo: A presente pesquisa envolve identificar como os princípios do Movimento Moderno afetaram a configuração espacial de projetos de residências unifamiliares realizados entre 1960 e 1976, em Fortaleza, revelando expectativas de mudanças em certas práticas sociais domésticas. A teoria da Sintaxe do Espaço (Hillier e Hanson, 2005 [1984]) foi aplicada em um conjunto de 36 casas modernistas com áreas variando entre 159m2 e 643m2 . Estes edifícios – projetados por cinco arquitetos – representam o período em que arquitetos começam a ser contratados para projetos de residências em Fortaleza. São localizados em áreas de expansão urbana que atraiam investimentos das classes socais mais altas. O recorte temporal abrange a chegada de arquitetos formados em outras cidades para iniciar sua prática profissional em Fortaleza, onde ajudaram a criar o primeiro curso de Arquitetura e Urbanismo do estado. Quatro dos arquitetos nasceram em Fortaleza e apenas um foi formado na primeira turma dessa escola. Apesar das casas possuírem tamanhos variados, ter sido construídas em um período de 16 anos, e projetadas por arquitetos com formações diferentes, apresentam muitas semelhanças quanto à configuração espacial, indicando que códigos sociais foram cristalizados na forma construída. Apresentam características espaciais recorrentes na arquitetura doméstica brasileira – especialmente a nordestina – que misturam relações espaciais tradicionais e atuais, apontando para um processo contínuo de transformação. Entretanto, foram identificadas características relacionadas a decisões autorais e do lugar, que não estão presentes em conjuntos de outros autores. Mais marcante que a separação de setores influenciada pela lógica da arquitetura funcionalista, é a separação dos espaços ocupados por moradores de diferentes classes sociais, refletindo a profunda desigualdade da sociedade brasileira dentro do espaço doméstico.