Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Morais, Patricia Wanessa de |
Orientador(a): |
Peixoto, Renato Amado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23873
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Resumo: |
Este trabalho objetiva investigar a construção da identidade católica norte-rio-grandense através da atuação política e religiosa da Igreja Católica norte-rio-grandense entre 1935 e 1936, por meio do exame do órgão oficial da Diocese de Natal, o jornal "A Ordem‟. Entendemos que esta atuação se relaciona com os problemas colocados à Igreja com o advento da República e a Constituinte de 1892, quando aquela instituição ficou formalmente separada do Estado e precisava reagir ao seu declínio enquanto instituição. A partir da reorganização e expansão diocesana, a ampliação dos quadros de clérigos e intelectuais leigos, foi posto em prática o paradigma da Neocristandade, amparado no catolicismo ultramontano, e assim a Igreja reconstruiu a sua influência na sociedade e política do país. Na década de 1930, no contexto da queda do liberalismo, a Igreja já contava com uma vasta rede diocesana, com uma imprensa católica e com intelectuais militantes para poder disseminar o seu pensamento e combater os “males modernos”. A partir da fundação do jornal „A Ordem‟, no ano de 1935, como resultado dos esforços organizacionais da Diocese de Natal, pretendemos mostrar que, no caso norte-rio-grandense, a recusa à modernidade é apenas parcial, como evidencia a própria imprensa, que em um contexto de crise da identidade católica, passa a ser, ao mesmo tempo, um meio para reinserção dos princípios católicos na sociedade e um fim que deveria constituir contrapartida a imprensa laica. É neste sentido que investigaremos a imprensa como parte de uma autocompreensão da Igreja, ligada ao projeto internacional da „Boa Imprensa‟ que, no Rio Grande do Norte, demonstrou ser um dos componentes da formação da identidade católica. Subjacente a isto se desenvolve o projeto de intelectual católico, que analisaremos a partir da trajetória de Otto Guerra que, assim como a imprensa católica, responde à modernidade e possui como objetivo a recatolicização da sociedade. Por último, ainda perseguindo a compreensão da identidade católica norte-rio-grandense, analisaremos alguns acontecimentos que colaboram reafirmar o compromisso de incorporação da Igreja ao discurso anticomunista, elemento este sem o qual não podemos entender o catolicismo dos anos 1930 e tampouco, a constituição de sua identidade em oposição ao comunismo. Estes acontecimentos são o Levante Comunista de 1935, a proposta de comemoração do tricentenário da chegada de Maurício de Nassau à Recife elaborada em 1936 e, por fim, a Guerra Civil Espanhola. Analisaremos esses acontecimentos a partir das publicações do jornal "A Ordem‟ e demonstraremos que eles foram apresentados e rememorados de forma concatenada, entrelaçando períodos, personagens e acontecimentos diferentes em meio a uma recusa parcial da Igreja à modernidade e à elaboração do Rio Grande do Norte enquanto um território católico. |