Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Welton Paulo do |
Orientador(a): |
Azevedo, Francisco Fransualdo de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/56772
|
Resumo: |
A expansão do uso de objetos técnicos-científicos-informacionais como insumos e máquinas agrícolas na fruticultura irrigada do Nordeste Semiárido se efetiva mediante a constante evolução das demandas associadas ao consumo produtivo agrícola no campo. Essa dinâmica espacial trata-se de uma consequência das transformações nas bases técnicas da agricultura brasileira desde a década de 1960, quando os pacotes tecnológicos da Revolução Verde foram introduzidos no setor. Na região semiárida, essa expansão esteve associada à implementação de perímetros públicos irrigados nos vales dos principais rios, aproveitando as condições ambientais e sociais favoráveis para a produção de frutas destinadas aos mercados nacional e internacional. Atualmente, diversos agentes, processos e eventos contribuem para a disseminação desses insumos e máquinas agrícolas na fruticultura irrigada, de forma a atender as demandas do setor agroindustrial e da agricultura camponesa, mesmo que de forma desigual entre os agentes e sujeitos e no território. Nessa perspectiva, esta tese tem como objetivo principal analisar a expansão do uso de objetos técnico-científicos-informacionais como vetor de sujeição da renda camponesa da terra ao capital no contexto da fruticultura irrigada do Nordeste Semiárido. Para tanto, baseamo-nos nas proposições teórico-conceituais do professor Milton Santos, em especial nos conceitos de espaço e território (a partir da noção de usos do território) e as categorias de análise divisão territorial do trabalho e os pares dialéticos: território como abrigo e como recurso, e território como norma e território normado. Adicionalmente, recorremos às contribuições de Martins (1990) para uma compreensão teórica sobre a sujeição da agricultura camponesa ao capital no âmbito de sua reprodução e de Oliveira (2007, 2014) ao conceituar os processos de territorialização do capital monopolista e monopolização do território pelo capital na agricultura. Do ponto de vista metodológico, vale mencionar a coleta e sistematização de dados do IBGE, em particular o Censo Agropecuário de 2017, a fim de compreendermos a distribuição da produção de frutas no Brasil e no Nordeste Semiárido. Tais dados foram fundamentais também para a condução da pesquisa empírica nas principais áreas de produção de frutas irrigadas da região, nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Bahia, incluindo a realização de entrevistas com agricultores camponeses produtores de frutas irrigadas. Como resultado, constatamos que o processo de expansão do uso de objetos técnicos-científicos-informacionais como insumos e máquinas agrícolas configurase como um dos meios através do qual o capital se apropria da renda camponesa da terra associada a fruticultura irrigada no Nordeste Semiárido. Esse processo, ao qual envolve vários agentes e uma base territorial formada por estruturas que viabilizam diferentes modos de reprodução no campo, por vezes contraditórios e complementares, está associado sobretudo ao papel dos atravessadores como agentes indutores do uso dos objetos técnicos a serem utilizados na produção, tendo como base as normas e padrões produtivos de frutas conforme o mercado internacional e na reprodução ampliada do capital na agricultura. |