Inversão simultânea de função do receptor e dispersão de ondas de superfície na Bacia do Pantanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cedraz, Victória Maria de Almeida Santos
Orientador(a): Casas, Jordi Julia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27996
Resumo: A estrutura litosférica do continente Sul-Americano foi investigada principalmente por meio de estudos sismológicos de escala continental e vários experimentos sísmicos na região andina. No entanto, estudos mais detalhados na plataforma Sul-Americana ainda são escassos. Com o objetivo de melhorar a cobertura sísmica no continente, a Universidade de São Paulo (USP) está atualmente liderando um esforço internacional e multi-institucional financiado pela FAPESP que se concentra na investigação da estrutura profunda das bacias do Paraná, Pantanal e Chaco através da análise. dados sísmicos (“3- Basins Project”). Nesse sentido, as estações existentes pertencentes à Rede Sismográfica do Brasil foram complementadas com a implantação temporária de mais de 30 estações de banda larga em toda a SW-Brasil, Bolívia, Uruguai e Paraguai. Aqui apresentamos os resultados obtidos a partir da análise dos dados coletados em 33 estações dentro e ao redor da bacia do Pantanal. Nosso estudo consiste em: (i) uma análise das fases de conversão P-para-S na Moho em funções do receptor para determinar a espessura da crosta e a razão Vp/Vs; e (ii) a inversão simultânea das RFs e curvas de dispersão de onda de superfície para desenvolver perfis de velocidade-profundidade de onda S para a crosta e o manto superior sob cada estação. As estimativas da espessura crustal (H) e da razão Vp/Vs (κ) foram obtidas através da técnica do H-κ stacking, que realiza um empilhamento ponderado das amplitudes das funções do receptor ao longo das curvas phase-moveout através de uma pesquisa sistemática no espaço de parâmetros H-κ. A construção de perfis de velocidade é baseada em uma linearização do problema direto seguido pela minimização de uma média ponderada do erro RMS para dados de função do receptor e de dispersão de onda de superfície. A análise das conversões Ps revelou que as profundidades da Moho e razões Vp/Vs variam entre 33 e 50 km e entre 1.56 e 1.83, respectivamente. Dentro da bacia do Pantanal, no entanto, a crosta é mais fina (34-38 km) e exibe os menores valores de razão Vp/Vs (1.56-1.69). Os modelos de velocidade revelam a existência de até quatro diferentes tipos crustais que se correlacionam com a geologia da superfície: (i) crosta de 35 km com Vs <4,0 km / s, sob a bacia e ao longo da projeção SW do Lineamento Transbrasiliano (TBL); (ii) crosta de 45 km com Vs>4.0 km/s abaixo de 40 km de profundidade, flanqueando a bacia ao leste e oeste; (iii) crosta de 50-55 km com Vs>4.0 km/s abaixo de 40 km de profundidade, flanqueando a bacia ao norte e sul e ao longo do TBL; e (iv) crosta de 42.5-45.0 km com Vs<4.0 km/s na vizinha Bacia do Paraná. Os modelos geodinâmicos existentes propõem que a Bacia do Pantanal é formada tanto no back-bulge do sistema flexural quanto no topo do forebulge, devido a tensões flexurais distensivas que reativaram falhas pré-existentes na crosta superior. Argumentamos que a Bacia do Pantanal se formou em uma porção estruturalmente mais fraca da crosta terrestre que foi afetada pela delaminação e aumento da flexura da placa sul-americana. Nossos resultados não permitem a discriminação entre os modelos concorrentes, mas sugerem que o TBL foi crítico em marcar a localização, origem e evolução desta bacia.