Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Veras, Érica Verícia Canuto de Oliveira |
Orientador(a): |
Costa, Homero de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26639
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Resumo: |
A definição de gênero, enquanto categoria de análise, encontra muitas divergências no campo teórico. A pesquisa constitui o esforço em dialogar com a teoria de gênero de Scott (1995), enquanto forma de significar as relações de poder; com o conceito de performatividade de Buther (1991), entendido como o poder reiterativo do discurso para produzir os fenômenos que ele regula e constrange; com Rubin (1975), para quem, no sistema sexo e gênero, as mulheres têm o valor de troca; e com Bento (2006), que se contrapõe ao binarismo, afirmando que no mundo das relações sociais há diversidade, não podendo engessar as categorias de dominante e dominado. Analisam-se as teorias sobre masculinidades, partindo dos discursos vitimário, psicologizante e de dominação masculina (BOURDIEU, 2003), da teoria dos papéis sociais e da masculinidade hegemônica (CONNELL,1995; 2013), além dialogar com outros autores, como Oliveira (1998), Medrado e Lyra (1996; 2008), Nolasco (1993), na busca pela compreensão de uma possível relação entre masculinidades e violência contra a mulher. Os homens dominavam as mulheres, inicialmente, pelo uso da força, passando a usar outros meios de controle, que são as estruturas de poder, como o direito, a família, a mídia, a igreja e o estado. O direito teve e tem um papel crucial na manutenção e legitimação da desigualdade de gênero, subtraindo direitos das mulheres durante gerações inteiras. Mas a contestação sempre foi real. Nunca houve subordinação completa. Se é verdade que sempre existiu uma ordem de gênero, também é verdade que sempre existiu desordem e subversão. As mudanças sociais no campo da subjetividade e da cultura são lentas, mas acontecem. Gênero se desloca em tensão constante com reflexões, pressões, acontecimentos políticos, sociais, geracionais, de raça, costumes regionais, pela tecnologia, rapidez na comunicação, educação, arte. Enfim, gênero é negociado de maneira relacional. A história demonstra que as mulheres têm sido alvo de muita discriminação, violência e desigualdade, por mais que tenham alcançado muitas conquistas, à força e na luta, ainda há uma distância da igualdade de gênero. Entretanto, é necessário perceber, como diz Medrado (1996), que as relações de poder são jogos, e não estados, havendo caminhos de transformação sem a manutenção dos papéis imutáveis e estáveis. Nesse contexto é analisada a Lei Maria da Penha, a perspectiva punitivista, a efetividade na aplicação da responsabilização do autor da violência e como deve ser compreendido o sistema de proteção da mulher. Os grupos reflexivos de homens se colocam como uma possibilidade de provocar reflexões nos autores de violência doméstica e familiar no sentido de modificar os padrões de conduta violentos. |