Caracterização citoarquitetônica e neuroquímica do sistema dopaminérgico mesencefálico de tartaruga marinha (Chelonia mydas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Siqueira, Leonardo Lucas do Nascimento
Orientador(a): Gavilan, Simone Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25864
Resumo: São conhecidas no mundo sete espécies de tartarugas marinhas, dentre essas, há registros de ocorrência de cinco espécies no litoral do Brasil: Dermochelys coriacea, Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea. De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, todas as espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil, se encontram ameaçadas de extinção, estando C. mydas classificada como “Em perigo” e E. imbricata “Criticamente em perigo”. As espécies C. caretta, L.olivacea e D. coriacea estão classificadas como “Vulneráveis”. Embora se saiba sobre a morfologia externa do sistema nervoso de tartarugas marinhas, pouco se conhece sobre a neurobiologia desses animais. O sistema dopaminérgico tem papel crítico em uma grande variedade de funções e está presente no sistema nervoso central de todos os vertebrados, sendo responsável pela neurotransmissão de dopamina. A dopamina é reconhecida pela atividade que exerce no controle de processos complexos, como programação da atividade motora e comportamentos motivados. Entendendo a importância deste neurotransmissor e a carência de trabalhos que descrevam a citoarquitetura do encéfalo de tartaruga marinha, esta pesquisa se propôs a caracterizar pela primeira vez os grupamentos neuronais dopaminérgicos do mesencéfalo em tartaruga verde (C. mydas). Para isto, foram utilizados dois métodos: o método de Nissl para descrever a citoarquitetura e a imunoistoquímica para TH como forma de marcar os neurônios DA. Foram utilizados quatro exemplares de C. mydas encalhadas que vieram a óbito na base de Reabilitação do Projeto Cetáceos da Costa Branca ou que foi encontrado morto durante o monitoramento de praias entre os anos de 2016 a 2017. Os animais foram necropsiados e retirados o encéfalo, tendo passado pelo procedimento de perfusão (formol 4%) ou não (fixado em formol 10% por imersão). Após fixados, os encéfalos foram mantidos em sacarose 30% até ser realizada a microtomia através de criostato. As lâminas confeccionadas foram descritas utilizando microscópio óptico, sendo realizadas capturas de imagens através de câmera acoplada ao microscópio. O mesencéfalo de tartaruga verde apresenta um padrão de organização neuronal semelhante ao encontrado em outros répteis. Os neurônios DA imunorreativos podem ser divididos em um grupamento ventromedial (área tegmental ventral/A10), um grupamento dorsolateral (substância negra/A9) e uma extensão caudal de A9 (homólogo reptiliano de A8 em mamíferos/RA8). Os neurônios destes grupamentos são bipolares ou multipolares e ovoides, fusiformes ou triangulares em forma. Desta forma, viabilizamos as primeiras descrições do sistema dopaminérgico que podem auxiliar no entendimento de questões ecológicas e fornecer bases neuroanatômicas para futuros estudos funcionais da motricidade.