Nem classe trabalhadora, nem socialismo: um reflexão marxista sobre o reformismo e a transformação do PT em instrumento de administração capitalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Chagas, Juary Luis
Orientador(a): Santos, Silvana Mara de Morais dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Serviço Social
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27556
Resumo: Tomando como referência um exame histórico, teórico e político da trajetória do Partido dos Trabalhadores (PT) desde a sua proposta de construção em fins da década de 1970 até a chegada do partido ao governo central no Brasil, este trabalho – fundamentado em uma perspectiva marxista e considerando a relevância da temática diante do projeto profissional do Serviço Social – analisa o desenvolvimento do reformismo e a transfiguração do PT em instrumento político a serviço da administração do modo de produção capitalista. A partir de uma pesquisa bibliográfica e documental, buscou: analisar as bases históricas, sociais e econômicas que deram origem ao PT e que imprimiram no partido as suas características originárias de organização classista e independente dos trabalhadores, que defendia uma plataforma com referências programáticas anticapitalistas e de oposição ao regime; examinar as contradições internas e o processo de disputa entre as perspectivas socialistas e reformistas que existiram dentro do PT, cujo resultado culminou com a negação do marxismo revolucionário como teoria e a consolidação de uma estratégia com objetivos voltados à conquista eleitoral, classificada como “democrático-popular”; e discorrer acerca do processo de adaptação do PT à ordem burguesa – considerando tanto a sua evolução teóricopolítica reformista, quanto da modificação da sua natureza em função de uma dinâmica objetiva de institucionalização, burocratização e cooptação material –, cuja apreciação culmina em observar um fenômeno tendencialmente irreversível de transformismo, que converte o partido em ferramenta de gestão da ordem do capital. As análises que subsidiam e consideram a concretização dessa metamorfose terminam por produzir sugestões como indicativo de considerações finais acerca dos reflexos político-organizativos do processo de experiência com o PT já transformado em instrumento de administração do capitalismo, apontando a necessidade de discutir o papel da esquerda diante do projeto petista de poder materializado nos governos de conciliação de classe, de sua estrutura partidária burocrática e politicamente corrompida e dos desafios impostos pela necessidade de construção de alternativas socialistas no Brasil.