"A gente tem que se humilhar": a atuação da Igreja Mundial do Poder de Deus em Juazeiro do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Clécio Jamilson Bezerra dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24985
Resumo: Em seu livro Neopentecostais ([1999] 2010), o sociólogo Ricardo Mariano, assim como fazem outros autores, propõe uma tipologia do pentecostalismo brasileiro, enfatizando, sobretudo, as principais características da “terceira onda” do pentecostalismo (FRESTON, 1993), denominada por ele de “neopentecostalismo”, e o tom de novidade que caracteriza sua emergência. Imersa nesse mesmo contexto está a Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), denominação fundada em 1998 a partir de uma cisão da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na década de 90. Em detrimento dos diversos templos que ela possui, neste trabalho eu me dediquei a uma reflexão crítica acerca de aspectos de sua atuação na cidade de Juazeiro do Norte - CE, analisando sua presença no contexto religioso local e a situando diante do protestantismo nacional. A IMPD em Juazeiro do Norte apresenta as típicas características de uma igreja neopentecostal, podendo ser considerada, a priori, pertencente a tal segmento e equiparando-se à IURD, seu maior expoente. Apesar disso, a partir de pesquisa de campo preliminar efetuada entre 2012 e 2014, composta pela participação em cultos no templo central da IMPD na cidade e realização de entrevistas com os seus membros, eu percebi divergências entre a caracterização típica do neopentecostalismo, especialmente no que se refere à Teologia da Prosperidade (TP), e discursos e práticas peculiares apresentados pela Igreja local em torno da categoria “humilhação”, concebida mediante sua correlação com o tema do sofrimento. Frente a isso, questionei o emprego da tipologia pentecostal vigente no meio acadêmico para a leitura da atuação da Igreja em Juazeiro do Norte, levando em conta as relações de convergência e de contraposição entre elementos dessa denominação e aqueles presentes no meio pentecostal e cristão de forma geral. Interessado em compreender a presença da “humilhação” na IMPD, ao longo do trabalho, eu problematizo a adequação, pertinência e possíveis limitações do uso das classificações usualmente empregadas ao pentecostalismo no meio acadêmico para a leitura da referida igreja.