Experiência trágica: do conceito ao experimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Duesberg, Frank
Orientador(a): Ciotti, Naira Neide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25537
Resumo: Esta pesquisa indaga a possibilidade de uma experiência trágica de um espectador ou do autor no teatro contemporâneo. O objetivo é questionar a possibilidade da concentração do trágico, por exemplo, em um gesto performático. Hans-Thies Lehmann, no seu livro ‘Tragödie und dramatisches Theater’ (2014), reflete sobre a experiência trágica, que envolve vários aspectos, como a estetização de um acontecimento trágico, a cisão dessa estetização e uma reflexão. Foram criados e pesquisados múltiplas reescritas, experimentos e fragmentos reunidos sob o nome de ‘Estrada V’, baseados principalmente na obra ‘A Estrada de Volokolamsk’, de Heiner Müller e nas experiências do presente autor. O foco ficou nas reflexões e práticas em relação ao público e da possibilidade de uma experiência trágica vir a ocorrer. Constatou-se que no mundo moderno, a mística do excesso não precisa ser mais grandiosa, porém exige-se uma aumentada atenção com o comum. O teatro da tragédia contemporâneo é um local de conscientização intensa de perda, onde o sujeito é confrontado com a dissolução inevitável do ser e com uma experiência da própria finitude. Neste contexto, o trágico no teatro contemporâneo investiga o sujeito fragmentado do mundo atual, tocando na antiga e sempre renovada experiência do excesso. O destino fundamental do caráter trágico é seu desejo de investigação por uma verdade maior, em um mundo onde não há certezas e postulados irrefutáveis. Foi verificado que na arte performática a criação do trágico nasce do afeto, estabelecendo uma conexão específica entre o performador e o receptor, permitindo o surgimento de uma experiência trágica.