Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Mayara Sâmala |
Orientador(a): |
Silva Júnior, Edilson Dantas da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31391
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Resumo: |
É amplamente descrito que a maioria dos antidepressivos (incluindo a fluoxetina e sertralina) apresenta efeitos negativos sobre a função sexual masculina e qualidade do sêmen, fazendo com que a prevalência de homens em uso de tais fármacos e apresentando redução da fertilidade tenha significado clínico. No entanto, os mecanismos pelos quais diferentes antidepressivos afetam a fertilidade masculina ainda permancecem elusivos. É possível que parte dos efeitos “antifertilidade” destes fármacos se deva a ações diretas sobre o epidídimo, alterando a contração do ducto epididimário e, consequentemente, parâmetros espermáticos como trânsito epididimário ou concentração de espermatozoides em diferentes partes do epidídimo. Desta forma, esse trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de dois dos antidepressivos mais usados na clínica (fluoxetina e sertralina) sobre parâmetros espermáticos e na contração do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo de ratos. Para tanto, usamos segmentos do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo de ratos Wistar adultos para avaliar os efeitos in vitro da fluoxetina ou setralina nas contrações deste tecido induzidas por agonistas (carbacol ou fenilefrina) ou KCl. Além disso, ratos Wistar adultos foram tratados por 21 dias com fluoxetina 20 mg/kg/dia (i.p.), sertralina 20 mg/kg/dia (i.p.) ou solução livre de fármaco (veículo DMSO 20% - grupo controle). Ao fim do tratamento, os animais foram eutanasiados e o sangue coletado para dosagem de testosterona sérica. O testículo e o epidídimo foram usados para determinação dos parâmetros espermáticos: produção diária de espermatozoides, concentração e trânsito de espermatozoides pelo epidídimo. Segmentos do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo de ratos tratados ou controles também foram usados para avaliar as contrações espontâneas ou induzidas por agentes exógenos (agonistas ou KCl). A incubação in vitro de fluoxetina 3 e 10 μM reduziu as contrações do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo de ratos induzidas por KCl (~30 e ~70%, respectivamente), carbacol (~50 e ~75%, respectivamente) ou fenilefrina (~50 e ~80%, respectivamente). Observamos ainda que a pré-incubação de fluoxetina 1 μM potencializou as contrações do epidídimo induzidas por fenilefrina em 3 vezes, enquanto a préexposição de fluoxetina 10 μM reduziu a potência da fenilefrina e carbacol em 5,5 e 7,5 vezes, respectivamente. A incubação in vitro de sertralina 3 e 10 μM reduziu as contrações do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo de ratos de forma similar à fluoxetina. A potência da fenilefrina e do carbacol foi reduzida em 3 e 5 vezes, respectivamente, após a pré-incubação de sertralina 10 μM. Além disso, verificamos que o tratamento in vivo com fluoxetina e sertralina por 21 dias reduziu a produção diária de espermatozoides (~40 e ~35%, respectivamente), a contagem de espermatozoides no epidídimo (cabeça/corpo: ~60 e ~55%, respectivamente; cauda: ~60 e ~60%, respectivamente) e acelerou o trânsito espermático na região da cauda do epidídimo (~40 e ~40%, respectivamente). O tratamento in vivo com fluoxetina ou sertralina também foi capaz de reduzir drasticamente os níveis séricos de testosterona (~60 e ~55%, respectivamente), aumentar a frequência (Controle: 0,31 ± 0,15, n = 10; Fluoxetina: 2,27 ± 0,48, n = 8; P <0,05; Sertralina: 0,95 ± 0,28, n = 8; P> 0,05) e amplitude (Controle: 0,026 ± 0,015, n = 10; Fluoxetina: 0,15 ± 0,02, n = 8, P <0,05; Sertralina: 0,11 ± 0,02, n = 8, P<0,05) das contrações espontâneas do ducto epididimário da cauda distal do epidídimo e potencializar as contrações induzidas pelo agonista adrenérgico fenilefrina em 3 e 2,5 vezes, respectivamente. Em conclusão, alterações na atividade motora do epidídimo podem estar associadas aos efeitos antifertilidade da fluoxetina ou sertralina. |