O fenômeno do conservadorismo na produção de conhecimento em Serviço Social: rebatimentos à direção social do projeto profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lopes, Vinícius Rafael
Orientador(a): Silva, Eliana Andrade da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30275
Resumo: A presente dissertação propõe-se a discutir sobre o fenômeno do conservadorismo na produção de conhecimento em Serviço Social e os seus rebatimentos à direção social hegemônica, construída na processualidade histórica das mudanças operadas pela sociedade e, consequentemente, para a categoria profissional. O conservadorismo constitui-se um fenômeno histórico, complexo e resultante de inúmeras determinações sociais. Suas primeiras expressões emergiram após o contexto da Revolução Francesa, quando a burguesia ascende ao poder e nega o seu caráter revolucionário, convertendo-se numa classe eminentemente conservadora. A incidência deste fenômeno no âmbito do Serviço Social deu-se desde a sua gênese, quando a profissão surgiu para responder as requisições do Estado, sendo referenciada pela doutrina social da Igreja Católica. Depreendemos, portanto, que o conservadorismo permeou toda a trajetória teórico-metodológica, tendo as primeiras tentativas de questionamento após o processo de Renovação do Serviço Social no Brasil, por meio de sua última direção a Intenção de Ruptura. O trabalho aqui desenvolvido parte do pressuposto de que novas expressões do conservadorismo põem em disputa a direção social hegemônica, expressa no projeto ético-político profissional, revelando novas tendências para os rumos da formação e do trabalho dos/as assistentes sociais. A pesquisa é pautada pelo método críticodialético, vez que o mesmo permite captar os aspectos do objeto de estudo, desvelando as suas múltiplas determinações. Como fonte de dados, elegemos os anais do Encontro Nacional de Pesquisadores de Serviço Social (ENPESS), nas edições de 2014, 2016 e 2018, respectivamente. A escolha deste lócus empírico deu-se pela diversidade temática apresentada pelos sujeitos pesquisadores, bem como, por considerar tais períodos emblemáticos no que diz respeito ao acirramento do conservadorismo em diversas esferas da sociedade brasileira. Os resultados apontados neste trabalho revelam que o conservadorismo, de acordo com os materiais analisados, tem sido revitalizado mediante as elaborações pós-modernas, as quais, na perspectiva aqui defendida colocam em disputa os valores preconizados pelo PEPSS. Além disto, o conservadorismo tem ganhado espaço no âmbito da formação profissional, através das propostas na modalidade de Ensino a Distância (EAD), tornando a formação suscetível ao pragmatismo e tecnicismo. No exercício profissional, corre-se o risco de análises fragmentadas, de culpabilização individual dos sujeitos. Foi consenso na pesquisa aqui realizada que o conservadorismo é apresentado como uma disputa à direção social hegemônica e que as discussões suscitadas pelos artigos analisados o problematizam numa perspectiva crítica.