Câmara Cascudo e seus "animais escritos" no Canto de Muro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Maria das Graças de Aquino
Orientador(a): Sousa, Ilza Matias de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27192
Resumo: O trabalho de tese aqui realizado possui como foco o romance Canto de Muro (2006), de Câmara Cascudo (1898 – 1986 – Natal-RN). A partir de uma pesquisa qualitativa, bibliográfica e interpretativista, mostramos que o autor se mantém pesquisador, mesmo na escritura do texto literário, pois o romance foi produzido por meio da observação cotidiana do comportamento dos personagens-animais. Estes, que são considerados ínfimos pela sociedade, como a barata, o morcego, o rato, o escorpião, entre outros, em sua narrativa adquirem novos valores. São ressignificados. Para compreendermos aspectos temáticos presentes nessa obra cascudiana, buscamos apoio nas reflexões de Merleau-Ponty (2002), Didi-Huberman (2010) e de Nancy Huston (2010), no que diz respeito, respectivamente, à poeticidade na observação do mundo, à ausência de uma verdade evidente e à construção das verdades por meio das ficções. Articulamos essas reflexões com o pensamento dos franceses Deleuze e Guattari (1995; 1996; 1997; 2002), com relação ao nomadismo, à escrita como máquina de guerra, à desterritorialização, à literatura menor, ao devir-animal e ao animal- escrita. A partir dessa perspectiva animal, recorremos, ainda, à teoria de Derrida (2011) do animal autobiográfico. Para dialogar com as ideias deste autor, estabelecemos relações com os pensamentos de Nascimento (2012) e Maciel (2016) sobre a animalidade. Em sintonia com as reflexões propostas, contamos com o suporte teórico de Foucault (2013), Rancière (2009), Barthes (2003; 2004), Sousa (2006) e Loth (2014), mostrando que Cascudo se coloca como um pensador que, por meio da escritura literária, contribui para uma visão diferenciada sobre os animais, fugindo, assim, do aspecto antropocêntrico. As questões desenvolvidas por Cascudo, com relação aos animais, dão-se vias transversais, pelo fora, nas dobras, como nos orienta Levy (2011).