Resposta morfo-sedimentar do estuário do rio Potengi aos impactos de dragagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Allyson Benedito dos
Orientador(a): Gomes, Moab Praxedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25294
Resumo: O estuário do Rio Potengi tem sofrido influências antrópicas ao longo das últimas décadas que afetaram a distribuição dos sedimentos e feições de fundo. Modificações nos padrões de sedimentação podem resultar na destruição de habitats, distúrbios nos processos físicoquímicos, alteração na concentração de sedimentos em suspensão e eutrofização da água, bem como o desequilíbrio da dinâmica sedimentar do estuarino. Este trabalho visa compreender como os sedimentos estuarinos se redistribuem ao longo de décadas e as quais fatores controlam a dinâmica sedimentar no estuário do Rio Potengi. Para compreender essas mudanças foram utilizados dados sedimentológicos e batimétricos do estuário coletados entre os anos de 2003 a 2015 cobrindo eventos significativos de inundação (2008), dragagem (2010) e a instalação de efluente de estação de tratamento de esgoto (2010). Os dados sedimentológicos mais recentes mostram a existência de 10 classes faciológicas, sendo as fácies siliciclásticas predominantes ao longo do canal principal e as fácies carbonáticas nos canais de maré, diferentemente da distribuição dos sedimentos em 2003 que apresentava fácies siliciclásticas para todo o estuário. As principais diferenças estão na diminuição da granulometria do canal principal, representando pela mudança de areia média para areia fina, aumento da granulometria nos canais de maré, aumento do teor de matéria orgânica (MO) em todo o estuário em níveis superiores a 3,0%, redução do teor de Carbonato de cálcio (CaCO3) na desembocadura do canal do Baldo e um aumento de CaCO3 nos canais de marés. A variação batimétrica no estuário entre os anos de 2004 e 2014 dá-se principalmente devido a dragagem realizada em 2010, com o aprofundamento do canal com diferenças de até 3m e aumento da declividade nas bordas do canal (de 7,5º para 22º). As mudanças na morfologia do canal após a dragagem evidenciam o retrabalhamento dos sedimentos in situ, e ajustes no perfil do rio em relação a áreas não dragadas. A circulação do estuário é fortemente controlada pelos ciclos de maré que afetam distribuição das formas de fundo e dos sedimentos superficiais recentes. A comparação entre os dados indica maior influência marinha na introdução de sedimentos carbonáticos no interior do estuário e a fraca competência para exportação de sedimentos fluviais e recomposição pós-dragagem a curto prazo.