Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Alessandra Daniele da |
Orientador(a): |
Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32518
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Resumo: |
A resistência a fármacos convencionais em doenças de origem infecciosa e neoplásica consiste em um grave problema de saúde pública mundial, apresentando elevada morbidade e mortalidade, levando a incessante busca por novas moléculas terapêuticas em diferentes fontes naturais. Nesse contexto, a peçonha de escorpiões constitui um rico arsenal de moléculas bioativas, sendo os peptídeos sem pontes dissulfetos (PSPDs) alvo de estudos devido as suas ações multifuncionais. Stigmurina (FFSLIPSLVGGLISAFK-NH2, 1795,2 Da) e TsAP-2 (FLGMIPGLIGGLISAFK-NH2, 1733,2 Da) são PSPDs identificados no transcriptoma da glândula de peçonha do escorpião Tityus stigmurus. Considerando a ação multifuncional de PSPDs, neste estudo foi elucidado a estrutura tridimensional da Stigmurina por ressonância magnética nuclear e avaliadas as atividades antiproliferativa, imunomoduladora, antiparasitária, antiviral, antioxidante e antibiofilme dos peptídeos sintéticos Stigmurina e TsAP-2. Os efeitos cicatrizante e antibiótico de ambos os peptídeos foram avaliados no modelo de infecção bacteriana de feridas in vivo, bem como expandido o potencial antibacteriano in vitro do TsAP-2. Stigmurina em trifluoroetanol: água (40:60%) apresentou uma conformação randômica na região N-terminal, com uma estrutura helicoidal a partir do sétimo resíduo de aminoácido, sendo o primeiro PSPD antimicrobiano presente na peçonha de escorpiões do gênero Tityus com estrutura tridimensional elucidada. Stigmurina e TsAP-2 revelaram ação antiproliferativa sobre as células neoplásicas em concentração não tóxica para célula normal, modulando a liberação de nitrito em macrófagos murinos estimulados por lipopolissacarídeo. Stigmurina e TsAP-2 não demonstraram efeito leishmanicida sobre a forma amastigota de Leishmania braziliensis. No entanto, o TsAP-2 revelou uma elevada ação tripanocida sobre as formas epimastigota e tripomastigota de Trypanosoma cruzi, e amplo espectro de ação antibacteriano em microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Um efeito protetor nas células epiteliais renais de primatas contra a infecção pelo vírus do Zika foi demonstrado no ensaio de pré-tratamento com ambos os peptídeos, revelando uma elevada ação virucida sobre o vírus do herpes simples tipo 1, com atividade antiviral no ensaio de pós-infecção. Além disso, Stigmurina e TsAP-2 foram capazes de sequestrar o radical hidroxila in vitro na concentração de 10 µM e 5 µM, respectivamente, reduzindo sua ação em concentrações elevadas, sugerindo a formação de aglomerados. Ambos os peptídeos demonstraram atividade antibiofilme, bem como apresentaram ação antibacteriana no modelo de infecção de ferida de pele, aumentando a velocidade de retração da lesão, sugerindo a capacidade de indução do reparo tecidual. Na análise histológica, TsAP-2 promoveu o aumento da neovascularização e reepitelização, reduzindo a necrose na ferida cirúrgica. Os dados sugerem que Stigmurina e TsAP-2 constituem peptídeos multifuncionais promissores para utilização como protótipo na obtenção de novos agentes terapêuticos. |