Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Flávia Evelyn Medeiros |
Orientador(a): |
Oliveira, Antonio Manuel Gouveia de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23841
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Resumo: |
Introdução: A síndrome do QT longo (SQTL) induzida por medicamentos pode levar ao Torsade de Pointes (TdP), uma taquicardia ventricular polimórfica rara que pode ser fatal. Objetivos: Investigar o prolongamento do intervalo QTc em pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral quanto a prevalência, grau de associação com os medicamentos administrados e interações medicamentosas, evolução no tempo e relação com desfechos clínicos. Métodos: Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de acordo com o parecer nº 666.969. Estudo observacional, prospectivo e transversal, realizado entre maio de 2014 a julho de 2016 na UTI do Hospital Universitário Onofre Lopes. Os pacientes admitidos foram investigados quanto a presença de prolongamento QT na admissão através do eletrocardiograma em um estudo de casos-controle. A correção do intervalo QT pela frequência cardíaca (QTc) foi realizada pela fórmula de Bazzet. Todos os pacientes foram observados até a alta da UTI (fase de coorte analítico prospectivo) para os eventos de parada cardíaca ou óbito, e aqueles com SQTL foram observados por 48 horas e no momento da alta para nova avaliação do intervalo QTc. A comparação da diferença do QTc para o valor inicial foi analisada por covariância. Para a determinação do risco de prolongamento do QTc associado a cada medicamento foi utilizada a regressão logística. A comparação entre pacientes com e sem SQTL do tempo até parada cardíaca ou morte foi analisado com o teste do logrank e por regressão logística. O risco desses eventos foi estimado por Kaplan-Meier. Resultados: Foi identificado uma prevalência de 34% (249/734) de SQTL em que 13,3% (33/249) possuíam QTc maior que 500 ms. Amiodarona (OR 2.434, p=0.02) e haloperidol (OR 3.333, p=0.02) foram associados ao SQTL, assim como medicamentos ainda não descritos em literatura: sufentanil (OR 3.667, p<0.01), clopidogrel (1.894, p=0.02), midazolam (OR 1.575, p= 0.04), noradrenalina (OR 1.701, p=0.01), nitroglicerina (OR 1.904, p=0.01), cefazolina (OR 1.897, p<0.01), cefepime (OR 0.417, p=0.01) e protamina (OR 5.952, p<0.01). A presença de interação medicamentosa aumentou o intervalo QTc em 16,8 ms (IC 95% 4.6 a 29.0 ms, p <0.01), sendo que as do tipo farmacodinâmicas foram associadas a um aumento de 27.6 ms (IC 95% 2.1 a 53.2 ms, p = 0.03). Nos pacientes em que foram prescritos medicamentos associados ao SQTL, a diferença do QTc em 48h para o valor inicial foi de 15,8 ms (IC 95% -9,9 a 41,4 ms) maior do que no grupo que não utilizou medicamentos (p=0,22). Dos pacientes com SQTL na admissão, 39% o apresentaram após 48 horas e 40% na alta. Foi identificado um risco 3 vezes maior de parada cardíaca nos pacientes com SQTL (OR 3,030, p=0,02), enquanto que não se observou diferença significativa no risco de óbito (rank p=0,87). Conclusões: Observou-se prevalência elevada de SQTL em pacientes críticos. Medicamentos ainda não descritos foram identificados como possíveis indutores de SQTL. Observou-se que o uso de medicamentos não impactou significativamente o intervalo QTc, mas que as interações medicamentosas aumentaram o intervalo QTc, destacando-se apenas as do tipo farmacodinâmica. Verificou-se aumento do risco de parada cardíaca entre o grupo QTc longo, mas sem diferença para a mortalidade. |