Avaliação dos efeitos da retirada do etanol em curto e longo prazo sobre respostas comportamentais relacionadas à depressão e sobre células imunorreativas para a serotonina no núcleo mediano da rafe em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Guerra, Camila Bandeira
Orientador(a): Rachetti, Vanessa de Paula Soares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25522
Resumo: A abstinência do álcool em indivíduos dependentes promove um conjunto de sinais e sintomas físicos e psíquicos e, dentre eles, alguns estão relacionados com a depressão. Diversos estudos pré-clínicos têm utilizado modelos animais de consumo de álcool seguido por retirada para analisar as alterações decorrentes do uso do álcool. O presente estudo teve por finalidade observar se as retiradas em curto e longo prazo após consumo crônico do etanol promoveriam alterações comportamentais sugestivas de depressão no teste do campo aberto (CA) e no teste do nado forçado (TNF) e ainda, se promoveria alterações na imunomarcação de células reativas para serotonina (5-HT) no núcleo mediano da rafe (MRN). Ratos Wistar com aproximadamente 60 dias de vida foram submetidos a concentrações crescentes de etanol como única fonte de dieta líquida ou água, ambos com livre acesso a ração. Os experimentos dividiram-se em duas etapas: a comportamental e a imunomarcação. Na etapa comportamental, após 21 dias de consumo exclusivo de álcool, o mesmo foi substituído por água (retirada) e, após, 72 horas (grupo retirada curto prazo; n=7) ou 21 dias (grupo retirada longo prazo; n=7) de retirada, os animais foram expostos ao teste do CA, sendo avaliado a atividade locomotora dos animais através dos parâmetros de distância percorrida e velocidade média, e comparados com o grupo controle (n=4). No dia seguinte, foi realizado o TNF, com o objetivo de avaliar os tempos de climbing e de imobilidade, parâmetros utilizados para verificar comportamentos do tipo depressivo. Na etapa imunohistoquímica, os encéfalos dos animais submetidos ao consumo crônico de etanol por 21 dias (grupo consumo crônico; n=5) seguido pela retirada de 72 horas (grupo retirada curto prazo; n=6) ou 21 dias (grupo retirada longo prazo; n=5) e o grupo controle (n=4), foram submetidos à imunohistoquímica para verificar a marcação de células imunorreativas para 5-HT no MRN. Além disso, foi determinado o percentual de área celular imunorreativa para 5-HT (densidade óptica relativa). Os dados comportamentais do CA não mostraram qualquer alteração na atividade locomotora dos animais entre os grupos. Quanto ao TNF, os dados mostraram diminuição no tempo de climbing nos grupos retirada a curto (-34,6%) e longo prazo (-35,6%) e aumentado tempo de imobilidade nos grupos retirada a curto prazo (34,6%) e longo prazo (33,3%), comparados ao grupo controle. Na imunohistoquímica, não foram observadas diferenças na contagem de perfis celulares imunorreativos para 5-HT no MRN entre os grupos controle, consumo crônico, retirada a curto prazo e retirada a longo prazo. A análise da densidade óptica relativa verificou um aumento no conteúdo de 5-HT no grupo retirada curto (81,7%) comparado com o grupo controle. Em conjunto, os dados obtidos demonstram um efeito do tipo depressor induzido pelas retiradas a curto e longo prazo do etanol que não está relacionado a alterações no número de células serotonérgicas, mas pode estar relacionado com um aumento na densidade óptica relativa de 5-HT no MRN.