Magmatismo granítico na porção central do domínio Rio Piranhas-Seridó, Província Borborema: geologia e petrologia do Stock Flores (RN)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Viviane Oliveira de
Orientador(a): Galindo, Antonio Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21578
Resumo: A fase final da orogenêse Brasiliana / Pan-Africana, na Província Borborema, NE do Brasil, é caracterizada por um intenso magmatismo granítico, dentro desse contexto granitogênico insere-se o stock granítico Flores. O presente trabalho tem como objetivo a caracterização geológica, petrográfica, geoquímica e petrológica do stock Flores. Para a efetivação do trabalho foram realizadas etapas de campo, preparação e descrição de secções delgadas bem como tratamento de amostras para análises químicas. O stock localiza-se próximo a cidade de Afonso Bezerra, na porção centro-norte do Rio Grande do Norte, geologicamente inserido no contexto do Domínio Rio Piranhas-Seridó, ocorre alongado na direção NW expondo uma área aflorante de 8 km2 . Sua morfologia é ressaltada por extensos paredões constituídos por conjunto de matacões, os quais compõem as bordas do stock, destacando-o facilmente do relevo regional. É intrusivo em rochas gnáissicas paleoproterozoicas, relacionadas ao Complexo Caicó, e augen gnaisses da suíte Poço da Cruz (borda Noroeste). As rochas do stock Flores são monzogranitos equigranulares hololeucocráticos, sendo possível distinguir duas fácies no plutão em função de seus aspectos texturais: Flores Tipo I, composta por rochas equigranulares média de coloração rosada, caracterizada pelos matacões; Flores Tipo II, com rochas equigranulares fina de coloração acinzentada a rosada, exibindo relevo arrasado na porção S/SE do stock. Localmente (na fácies Tipo II) ocorrem enclaves de rochas dioríticas exibindo feições de coexistência de magmas (mixing e migling), além de enclaves do tipo schlieren elipsoidais, sendo estes interpretados como estruturas magmáticas formadas por convecção magmática através de plumas termais. Os monzogranitos exibem paragênese essencial composta por quartzo, microclina e plagioclásio, que usualmente somam mais de 90% modal. Biotita é o máfico principal, ocorrendo ainda, titanita, allanita, apatita, zircão e opacos, e, como minerais tardios, fluorita, clorita, epídoto granular, mica branca e carbonato, estes relacionados a fluídos em estágio subsolidus. As análises geoquímicas evidenciam a natureza evoluída das rochas do stock bem como sua afinidade alcalina. Altos teores em SiO2 (71,43 - 74,87%), Na2O+K2O (8,26- 9,08%), Al2O3 (12,99-13,93%), além do empobrecimento em MgO (<0,5%), CaO (≤1,4%), Fe2O3 (<2,3%) e TiO2 (<0,4%) refletem o caráter peraluminoso e leucocrático das rochas, ii corroborado pelos baixos teores de máficos (< 6%). Diferentes diagramas discriminantes de séries/associações magmáticas atestam a afinidade alcalina das rochas do stock Flores, bem como sua analogia com granitos tipo-A. O espectro do diagrama de ERTs exibe um moderado grau de enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP com razões LaN /YbN entre 4,59% - 30,85% e forte anomalia negativa de Eu, característico de rochas crustais e de granitos tipo-A. Finalmente diagramas geoquímicos discriminantes de ambiente tectônico sugerem que o stock Flores é um plutão de assinatura pós-colisional. Tais dados são coerentes com a idade U-Pb 553±4 Ma encontrada para o Flores, o colocando dentro do contexto tardi a pós-orogênico da orogênese Brasiliana / Pan-Africana, na Província Borborema.