Glauber Rocha e as escritas de si: a autobiografia e a autoficção em Riverão Sussuarana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brito, Silvia Barbalho
Orientador(a): Barbosa, Marcio Venicio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57348
Resumo: Glauber Rocha (1939-1981) é um reconhecido cineasta brasileiro, aclamado pelos seus filmes, pela sua ação estético-política e pela sua atuação junto ao movimento Cinema Novo. Entretanto, ao longo de pouco mais de 20 anos de trabalho, afora sua atuação no âmbito cinematográfico, ele também foi escritor. E é essa produção o objeto de estudo desta pesquisa: Riverão Sussuarana (2012) é uma “desnovela”, um “recordel” que apresenta a narrativa irregular e complexa do cine-repórter Glauber Rocha. Mesmo com uma trama ficcional, há uma intensa presença do “eu”: para além da atuação do próprio Glauber enquanto autor, narrador e personagem no livro, ele realizou sua obra a partir de si, sua vida, suas influências e suas urgências – como o pertencimento ao sertão, a relação de amizade com Guimarães Rosa e o caso da morte da sua irmã Anecy. Dessa maneira, o interesse desta Tese é investigar como Glauber Rocha trabalha em um mesmo texto o fazer autobiográfico e o fazer autoficcional, instâncias distintas e igualmente intrincadas dentro do escopo das escritas de si. Para tal análise, somados ao livro em questão, aos textos críticos e às cartas do próprio Glauber (Rocha, 1986; 1997), temos as biografias do autor (Bueno, 2003; Pierre, 1996; Ventura, 2000) e os textos dos teóricos das noções de pacto autobiográfico (Lejeune, 2014) e de autoficção (Doubrovsky, 1977). Como resultado, constata-se que Glauber, longe de se fixar em categorias, apresenta em Riverão Sussuarana uma potência literária em que vida e obra se mesclam, e as escritas de si se confundem. Não existem definições: nem memória, nem autobiografia, nem romance, nem autoficção, mas tudo isso ao mesmo tempo. São novos pactos.