Deserto na comunicação: as relações entre ciência e mídia na desertificação do semiárido brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira, Luana Carlos
Orientador(a): Freire, Eliza Maria Xavier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24275
Resumo: A desertificação é um problema ambiental grave cujo enfrentamento depende da compreensão de suas complexas relações ecológicas, sociais e climáticas pela ciência. No Brasil, ela atinge o Semiárido, ameaçando a fertilidade dos solos e a biodiversidade da Caatinga, bioma que só existe no país e ainda não é completamente conhecido pela ciência. A continuação do processo pode ainda por em risco a segurança alimentar e hídrica e provocar a migração de milhares de pessoas. As iniciativas governamentais de combate ao problema, no entanto, não passaram do âmbito da formulação de políticas à ação, e a sociedade também parece não perceber a urgência da questão. Uma das formas de promover o engajamento social é a divulgação de informações pelos meios de comunicação de massa, mas suas narrativas podem estar marcadas por interesses políticos e econômicos. Assim sendo, o objetivo geral deste trabalho é analisar a produção científica e a narrativa da mídia impressa brasileira sobre desertificação. Nessa perspectiva, inicialmente foi realizado um panorama da produção científica sobre o tema através de análise de artigos científicos publicados sobre desertificação no Semiárido brasileiro entre 2005 e 2014. Em seguida, notícias e reportagens publicadas pelo jornal impresso Folha de S. Paulo entre 1994 e 2015 foram submetidas à análise de conteúdo. A produção científica aumentou ao longo do tempo, mas a maior parte não é acessível nas principais bases de dados internacional e nacional, possui caráter disciplinar e não vem sendo continuada ao longo do tempo. Já o jornal impresso raramente fala sobre desertificação, e quando o faz é de maneira descontextualizada ou catastrófica, sem espaço para o contraditório, dando pouca voz aos cientistas e quase nenhuma à sociedade. É necessário, portanto, investir mais em pesquisas multidisciplinares e de longo prazo que compreendam o problema e busquem soluções na sua integralidade; ao mesmo tempo incentivar a participação social nas discussões científicas, na formulação de políticas e na gestão de estratégias de combate à desertificação através da divulgação de informação contextualizada, crítica e continuada.