Detalhes bibliográficos
| Ano de defesa: |
2016 |
| Autor(a) principal: |
Santos, Lucila Oliveira |
| Orientador(a): |
Silva, Harllen Sandro Alves |
| Banca de defesa: |
Accioly, Adriana Maria de Aguiar,
Oliveira, Thiago Alves Santos de |
| Tipo de documento: |
Dissertação
|
| Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
| Idioma: |
por |
| Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
|
| Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
|
| Departamento: |
CCAAB - Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
|
| País: |
Brasil
|
| Palavras-chave em Português: |
|
| Área do conhecimento CNPq: |
|
| Link de acesso: |
http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/prefix/1083
|
Resumo: |
CAPÍTULO 1 = Embora o Brasil ocupe a posição de maior produtor mundial de maracujá, a produtividade do fruto no país é baixa devido à ocorrência de doenças na cultura. A fusariose, provocada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae (Fop), é uma das doenças mais temidas por levar a morte da planta diminuindo o período produtivo da cultura. Atualmente, a utilização conjunta de práticas culturais e do controle biológico têm destacada importância no manejo integrado de doenças de plantas. Informações sobre o efeito de monocotiledôneas sobre a atividade de rizobactérias antagonistas no solo podem ser utilizadas para otimização de um programa de manejo integrado da fusariose, permitindo que os agentes de biocontrole mantenham-se ativos na área na qual a proteção deve ser tomada. Além disto, as monocotiledôneas podem servir como uma fonte de renda extra ao produtor. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade de rizobactérias antagonistas a Fop em solos cultivados com milho, sorgo e milheto, em casa de vegetação. Neste sentido, rizobactérias foram isoladas do solo da rizosfera de maracujazeiros e submetidas a testes para detecção da produção de compostos difusíveis, compostos voláteis e quitinases. Foram avaliados 167 isolados, dos quais 21 foram positivos para a produção de compostos difusíveis, dois para compostos voláteis, 32 para produção de quitinases e oito apresentaram pelo menos dois mecanismos de ação. Um ensaio de antibiose recíproca e crescimento em diferentes níveis de pH foi realizado com estes oito isolados verificando-se a imcompatibilidade do isolado 76 com os demais; incompatibilidade do isolado 77 com o isolado 89 e crescimento de todos os isolados em ampla faixa de pH. A atividade microbiana foi avaliada em solos cultivados com milho, sorgo e milheto, além do pousio, em casa de vegetação, por meio do quociente metabólico (qCO2), obtido pela razão entre a respiração basal do solo (RBS) e o carbono da biomassa microbiana (CBM), e da atividade da enzima fosfatase ácida. Para isto, três combinações de rizobactérias, com base no teste de antibiose recíproca, foram aplicadas em vasos com as culturas de monocotiledôneas e, após 47 e 63 dias da aplicação, amostras de solo foram coletadas e encaminhadas ao laboratório para análises. Determinou-se o CBM e a RBS pelos métodos do clorofórmio-fumigação-extração e clorofórmio-fumigação-incubação adaptados, respectivamente. A atividade da enzima fosfatase ácida, foi analisada somente aos 63 dias, pela medição da concentração de ρ-nitrofenol liberado resultante da hidrólise enzimática de ρ-nitrofenil fosfato. Houve diferenças significativas (p<0,05) quanto aos tratamentos testados apenas na segunda época de amostragem, aos 63 dias. Pela análise de variância, a interação entre espécies e combinações de rizobactérias foi significativa (p<0,05) somente para o atributo qCO2, cujos valores tendem a ser superiores sob a cultura do milheto na combinação 3 (isolados R77 + R95 + R104 + R120) (0,03 mg C-CO2 Kg-1 CBM h-1). A atividade da enzima fosfatase ácida apresentou valores superiores para a cultura do milheto (66,87 μg de ρ-nitrofenol cm³ solo h-1) confirmando uma maior atividade rizobacteriana sob esta cultura. CAPÍTULO 2 = Uma das principais doenças que acometem o maracujazeiro na região Nordeste do Brasil é a fusariose, provocada pelo Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae (Fop). Esta doença leva a morte irremediável das plantas ocasionando grande perda econômica. As rizobactérias vêm demonstrando o seu potencial como agentes de biocontrole in vitro, porém são necessários métodos que garantam a atividade destes microrganismos em campo, uma vez que nem sempre o controle é obtido sob estas condições. O efeito dos exsudatos radiculares na atividade microbiana é um mecanismo bem relatado e varia conforme a espécie da planta, diante disto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade de rizobactérias antagonistas a Fop em solos cultivados com milho, sorgo e milheto, em casa de vegetação. Para isto, rizobactérias foram isoladas do solo rizosférico de maracujazeiros e testadas quanto ao potencial de inibição de Fop pela produção de compostos voláteis, difusíveis e quitinases in vitro. Entre as rizobactérias testadas, 26,95% demonstraram atividade antagonista apresentando pelo menos um dos mecanismos de ação testados. Dos antagonistas positivos, dois produziram compostos voláteis, 21 produziram compostos difusíveis, 32 produziram quitinases e oito produziram pelo menos duas destas substâncias. Com os isolados que apresentaram pelo menos dois mecanismos de ação contra Fop foi realizado um teste de antibiose recíproca e um teste de crescimento em ampla faixa de pH. Verificou-se pelo teste de antibiose recíproca a incompatibilidade entre o isolado 76 e os demais, exceto o isolado 77, e deste com o isolado 89. Com o teste de pH foi constatado que todos isolados cresciam em uma ampla faixa de pH, variando de 5,0 a 7,0, ao terceiro dia de incubação. As seguintes combinações de rizobactérias: 1) R76 + R77; 2) R77 + R97 + R116 e 3) R77 + R95 + R104 + R120, foram aplicadas em solos cultivados com milho, sorgo e milheto, além do pousio, em casa de vegetação, para determinação do carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal do solo (RBS) e quociente metabólico (qCO2), após 47 e 63 dias da aplicação das rizobactérias, e para determinação da atividade da enzima fosfatase ácida após 63 dias da aplicação das mesmas. Houve diferença significativa entre as espécies cultivadas, pelo teste de Tukey (p<0,05), no que diz respeito aos teores de CBM, RBS, qCO2 e atividade de fosfatase ácida apenas na segunda época de amostragem, aos 63 dias. A interação entre espécies cultivadas e combinações de rizobactérias, conforme análise de variância, foi significativa (p<0,05) apenas para o atributo qCO2, cujos valores tendem a ser superiores sob a cultura do milheto na combinação 3. A maior atividade da fosfatase ácida também foi obtida com a cultura do milheto. O quociente metabólico e a atividade da fosfatase ácida foram os parâmetros biológicos utilizados para determinar a cultura do milheto como a que proporcionou maior atividade dos antagonistas no solo. |
