Ecologia de Euxylophora Paraensis Huber em um fragmento florestal no município de Paragominas-Pará.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: DUARTE, Joyce Ananda Paixão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1221
Resumo: A fragmentação das florestas na Amazônia brasileira, tem aumentado de forma alarmante e está entre as maiores ameaças à biodiversidade tropical. Dentre as espécies ameaçadas está Euxylophora paraensis Huber. Espécie endêmica, cuja ocorrência natural é restrita apenas ao norte do Brasil, com registros de ocorrência concentrados nas regiões com histórico contínuo e intenso de exploração e conversão da cobertura florestal para outros usos. O avanço da fragmentação e a ameaça de extinção de E. paraensis motivou este trabalho cujo objetivo foi de avaliar a fenologia e a regeneração natural de forma a identificar a influência do efeito de borda, causado pela fragmentação, e dos elementos climáticos na reprodução desta espécie. O estudo foi conduzido num fragmento de floresta adjacente a áreas com atividades de mineração de bauxita, localizado no município de Paragominas no Sudeste do estado do Pará. Para a avaliação da fenologia foram coletados dados de atividade e intensidade de botão, flor e fruto de 38 matrizes no período de 2013 a 2017. As fenofases reprodutivas foram relacionadas com a distância do indivíduo até a borda do fragmento, medidas dendrométricas (DAP e altura), elementos climáticos e fotoperíodo, utilizando análise de regressão linear múltipla. A regeneração natural, por sua vez, foi quantificada e monitorada utilizando 10 parcelas circulares com 20 metros de raio cada. Avaliou-se a densidade de indivíduos da regeneração natural na borda e no interior do fragmento e também em relação à árvore matriz. Foram determinados ainda o Incremento Periódico Anual do diâmetro (IPADAP) e da altura (IPAHT) e aplicado o GLM (Modelo Linear Generalizado) para verificar se havia diferença entre os ambientes e tamanho dos indivíduos. Os resultados indicaram que o padrão fenológico vegetativo da população de E. paraensis é sempre-verde ou perenifólia e o padrão reprodutivo é anual, regular, com duração longa. A fenodinâmica reprodutiva (botão, flor e fruto) dos indivíduos observados foi relacionada apenas com elementos climáticos. A distância da matriz em relação a borda do fragmento e o porte dos indivíduos (Altura e DAP) não foram correlacionados estatisticamente. Os elementos climáticos mais significativos para a reprodução de E. paraensis foram a pluviosidade, número de dias sem chuva, temperatura média, máxima das máximas, mínima das mínimas e fotoperíodo. A atividade reprodutiva ocorreu durante o período seco ou com menor quantidade de chuvas, revelando forte sazonalidade na reprodução. Quanto à regeneração natural, a densidade aumentou com o distanciamento da árvore matriz e houve correlação negativa com a área de copa, ou seja, quanto menor a área de copa maior a densidade dos indivíduos regenerantes. Houve diferença estatística da densidade, do IPADAP e IPAHT tanto em relação ao tamanho do indivíduo quanto à localização no fragmento. Houve maior incremento diamétrico em mudas e arvoretas em área de borda e maior incremento em altura nas arvoretas na borda e no interior do fragmento. Sendo assim, a regeneração natural foi influenciada pelos processos de fragmentação florestal, havendo favorecimento da germinação das sementes e estabelecimento de mudas nas bordas. Não foram encontradas arvoretas nesse ambiente. De maneira geral, foi identificado que a conservação de E. paraensis está comprometida, diante do avanço do desmatamento e da fragmentação, pois esta espécie apresenta certa fragilidade frente às mudanças drásticas no clima. Essas perturbações podem comprometer a floração e a frutificação e dificultar o desenvolvimento da regeneração natural até a fase adulta.