Estrutura espaço-temporal da comunidade zooplanctônica do reservatório da usina hidrelétrica de Tucuruí (Pará – Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MORAIS, João Vitor de Mota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Resumo: Os reservatórios são uma realidade no Brasil, tais ambientes possuem alto dinamismo e apresentam importância estratégica na produção de energia e abastecimento e são utilizados para diversos usos, que interferem na qualidade da água, funcionamento do ecossistema e estrutura das comunidades aquáticas. A comunidade zooplanctônica em reservatórios apresenta papel importante na transferência de energia e regeneração de nutrientes, e sua composição, estrutura, dinâmica e sucessão de espécies são influenciadas pelas condições físicas, químicas e biológicas. Desta forma, objetivou-se caracterizar a estrutura espaço-temporal da comunidade zooplanctônica e sua relação com as variáveis ambientais no reservatório da Usina Hidreletrica de Tucuruí (Pará, Brasil) nos meses de fevereiro, julho e dezembro de 2011. Foram realizadas amostragens em 10 estações de coleta ao longo do reservatório. As amostras foram coletadas com redes de plâncton 64 µm juntamente com os parâmetros ambientais. De acordo com as análises físico-químicas foi observado um gradiente ambiental relacionado ao período sazonal. Em relação ao estado trófico, a maioria dos pontos amostrados foi classificado como eutrófico. Com 156 taxa de organismos zooplanctônicos identificados, os rotíferos apresentaram a maior riqueza de espécies (88), seguidos de cladóceros (24) e copépodas (13), o que está de acordo com o padrão de distribuição para corpos hídricos tropicais. A riqueza variou de forma significante em relação aos meses, e o índice de Simpson foi significativamente maior em fevereiro, enquanto que a densidade de organismos não mostrou variação significativa. A densidade foi dominada pela espécie de rotífero K. americana e náuplios durante todo estudo, contribuindo com cerca de 50% da abundância. De acordo com a análise de agrupamento, foi observado que a abundância zooplanctônica esteve corrrelacionada a variação espacial da UHE de Tucuruí. A RDA mostrou que o gradiente ambiental está relacionado ao tempo e o zooplâncton ao espaço. As espécies Monostyla sp., Keratella quadratica, Brachionus caudatus austrogenitus estiveram relacionados aos meses de dezembro (canal e interior). Thermocyclops sp. esteve relacionadas ao interior (fevereio/julho). Filinia longiseta, Testudinella patina, Asplancha sp1, A.ovalis, Lecane lunaris, Trichocerca chattoni, Trichocerca sp., Ceriodaphinia cornuta dubia e Holopedium amazonicum, Cyclopoida sp3 foram fortemente relacionados ao canal (fevereiro/julho). Demonstrando a formação de habitats específicos que estruturam a comunidade zoolanctônica da UHE de Tucuruí durante o período analisado.